A FORÇA DO SENTIDO
Sergio Miceli
Apresentação: Sérgio Eduardo Sampaio Silva
SINOPSE
Foi Sergio Miceli quem praticamente introduziu os estudos sobre Sociologia da Cultura no Brasil, ao compilar e organizar textos de Pierre Bourdieu em A Economia das Trocas Simbólicas, livro que está completando o cinquentenário de sua publicação. Este A Força do Sentido fornece a chave para a compreensão dos principais conceitos desse campo que se tornou indispensável para se entender os mecanismos de funcionamento das modernas sociedades humanas em sua complexidade estrutural e simbólica.
QUARTA-CAPA
A Força do Sentido, de Sergio Miceli, mostra-se um texto clássico no estudo da sociologia da cultura. verdadeira aula introdutória ao pensamento do grande sociólogo francês, Pierre Bourdieu, explicita a relação entre suas ideias e as de Durkheim, Marx e Weber, delineia e avalia criticamente os conceitos fundamentais de capital, habitus, produção do gosto, violência simbólica e campo, e debate a conexão entre as estruturas sociais e a vida prática de cada indivíduo. Aqui, Miceli nos guia por este intrincado e brilhante pensamento nos levando a enfrentar o desafio de introduzir uma sociologia dos sistemas simbólicos.
SERGIO MICELI
Professor titular do Departamento de Sociologia na Universidade de São Paulo. Doutor em Sociologia pela USP e pela École des Hautes Études em Sciences Sociales (Paris), lecionou nas universidades de Chicago e Gainesville, na Escuela Nacional de Antropología y Historia (Cidade do México) e na École des Hautes Études em Sciences Sociales. Editor responsável da Tempo Social - Revista de Sociologia da USP, é um dos maiores especialistas no pensamento de Bourdieu entre nós, tendo sido um dos responsáveis pela organização e tradução para a Perspectiva, nos anos 1970, de A Economia das Trocas Simbólicas, um dos títulos que ajudou a difundir a obra bourdiniana entre nós.
COLEÇÃO ELOS
A coleção Elos nasceu para abrigar textos mais curtos que tenham relevância acadêmica, abrangendo qualquer campo do conhecimento.
DA CAPA
Uma cadeira é invariavelmente uma cadeira? Em quais circunstâncias o sentido de ser “cadeira” pode ser ressignificado? O que isso representa em termos de estrutura simbólica do pensamento?
O QUE DIZ O AUTOR
Eis o perigo, a um passo da óptica a privilegiar as condições lógicas do deciframento no qual a língua aparece como a condição de inteligibilidade da fala, a mesma perspectiva a priorizar as relações que os signos mantêm entre si – sua estrutura – em detrimento de suas funções práticas que devem abranger tanto as funções de comunicação e/ou de conhecimento como as funções políticas e econômicas. Todavia, a consequência danosa da postura reside nos riscos de etnocentrismo a rondar o observador. Sendo a língua a condição primeira do discurso, dando conta tanto da produção como das possibilidades abertas ao deciframento, pressupõe, em regra, a coincidência total entre a competência mobilizada pelo agente no discurso e na prática e a competência exigida do observador na apreensão do discurso e da prática.
TRECHOS
1.
A despeito das críticas endereçadas à hermenêutica estruturalista, Bourdieu não consegue furtar-se a temas recorrentes na escola francesa, de Durkheim a Lévi-Strauss. Sem chegar à posição extremada de Lévi-Strauss no tocante à postura durkheimiana1, a noção que enxerga os sistemas simbólicos enquanto estruturas estruturadas liga-se à noção de forma primitiva de classificação
2.
Para Bourdieu, a organização do mundo e a fixação de um consenso a seu respeito constituem uma função lógica necessária ao permitir à cultura dominante numa dada formação social cumprir a função político-ideológica de legitimar e sancionar um regime de dominação. O consenso tornou-se a ilusão primeira a que conduz qualquer sistema de regras capazes de ordenar os materiais significantes de um sistema simbólico. Por exemplo, no caso da religião, a divisão dos seres e dos homens em classes antagônicas está referida a um sujeito transcendente que “cimenta” tal disjunção.
3.
A começar, por exemplo, pela sua concepção do campo religioso em termos de um campo de forças, no qual se enfrentam o corpo de agentes especializados (os sacerdotes), os leigos (os grupos sociais cujas demandas por bens de salvação os agentes religiosos procuram atender) e o “profeta”, encarnação típica do agente inovador e revolucionário que expressa, mediante um discurso original e uma nova prática, os interesses e as reivindicações de determinados grupos sociais. As posições ocupadas por esses grupos engendram um campo de batalha ideológico, expressão da luta de classes e do processo prevalecente de dominação. O desígnio explicativo consiste em abranger as configurações particulares assumidas pelo campo religioso em diversas formações sociais, tendo como quadro de referência o campo de forças propriamente religiosas no interior do qual se defrontam os representantes religiosos dos grupos dominantes e dominados[...].
4.
Uma vez revelada a economia em sua verdade objetiva, enquanto domínio autônomo da realidade, a tarefa de dissimulação e transfiguração das relações de classe – até então cumprida de outro modo, segundo um outro ritmo – passa a requerer um trabalho institucionalmente organizado por parte das diversas instâncias do campo simbólico. Finda “a idolatria da natureza” a bloquear a gestação da natureza como matéria-prima e a gênese da ação humana como trabalho, eis as condições propícias a atribuir a função de dissimulação das relações sociais a empresas simbólicas que dispõem, a serviço de uma atividade continuada, de um corpo de agentes treinados, dotados de competência estrita, cujo trabalho se volta à produção de bens vocacionados, em última análise, a “naturalizar”, “eternizar”, “consagrar” e “legitimar” a ordem vigente. Tal ordem consiste num sistema de relações objetivas fundado na fatura de bens econômicos e simbólicos cuja distribuição desigual resulta do passivo de lutas entre os grupos e/ou as classes.
FICHA TÉCNICA
Autor: Sergio Miceli
Apresentação: Sérgio Eduardo Sampaio Silva
Coleção: Elos [EL.66]
Assunto: Ciências Sociais
Formato: brochura
Tamanho: 11 x 18 cm
96 páginas
ISBN 9786555051285
R$ 42,40
Lançamento 06 de dezembro
EBOOK
ISBN 978-65-5505-129-2
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