ARQUITETURA E PSIQUE
Um Estudo Psicanalítico de Como os Edifícios Impactam Nossas Vidas
Lucy Huskinson
Tradução: Margarida Goldsztajn
SINOPSE
Não é difícil perceber em nós mesmos quão intensamente somos impactados pelos ambientes que frequentamos e visitamos. Muito mais difícil, contudo, é compreender tais impactos no nível de nossa subjetividade e o quanto podem influenciar nosso bem (ou mal) estar psíquico. O espaço construído, ao ser entendido como algo que se reflete em nossa forma de agir, sentir e pensar, é um elemento importante de nossa constituição como sujeitos individuais e sociais. Grosso modo, essa é a base da argumentação arguta e profunda que Lucy Huskinson desenvolve nesse ensaio, trazendo uma visão bastante ampla do fenômeno, a partir dos grandes psicanalistas e arquitetos contemporâneos, elaborando uma crítica contundente ao fazer arquitetônico ao mesmo tempo que elabora um paralelo lúcido entre o corpo e o espaço do habitar humano, mediados pela psicanálise.
QUARTA-CAPA
Os edifícios moldam a nossa identidade e nossa maneira de sentir e perceber a nós mesmos de forma profunda, nem sempre evidentes para arquitetos e urbanistas, que projetam e concebem os espaços de habitar, ou mesmo para aqueles que pensam estar intimamente familiarizados com as edificações que frequentam. Arquitetura e Psique fornece um guia teórico para nosso comportamento inconsciente em relação a edifícios e explica como e por que somos atraídos por elementos e características específicos do projeto arquitetônico. A obra revela como até o menos inspirador dos edifícios pode ser modificado de modo a atender às nossas expectativas e requisitos inconscientes – e, da mesma forma, explora as repercussões em nosso bem-estar quando os edifícios não conseguem fazê-lo.
Os princípios utilitários de função, eficiência, custo e impacto visual não atendem às necessidades fundamentais das pessoas. Entre outros motivos, porque nossas respostas à arquitetura costumam ser difíceis de mensurar e são, em grande parte, inconscientes. Lucy Huskinson libera o pensamento psicanalítico de suas preocupações com as relações interpessoais para abordar as conexões vitais que estabelecemos com o ambiente construído, ao ligá-lo com a teoria arquitetônica, dando notícia, assim, de uma teoria psicanalítica mais abrangente e útil de relacionamento e identidade.
LUCY HUSKINSON
É conferencista sênior na Escola de História, Filosofia e Ciências Sociais da Universidade de Bangor, no Reino Unido. É autora e organizadora de vários livros e artigos sobre filosofia, psicanálise e o ambiente construído. Foi também coeditora-chefe do International Journal of Jungian Studies (2010-2019). Entre suas obras anteriores destacam-se The Urban Uncanny: A Collection of Interdisciplinary Studies (org.; Routledge, 2016) e Nietzsche and Jung: The Whole Self in the Union of Opposites (Routledge, 2004).
COLEÇÃO ESTUDOS
A coleção Estudos propõe-se a publicar ensaios críticos e pesquisas tratados em profundidade, com sólida argumentação teórica nos mais variados campos do conhecimento. A coleção forma, junto com a Debates, a marca de identificação da editora em nosso mercado.
DA CAPA
Imagem da capa: C.R. Cockerell, O Sonho do Professor, 1848. Royal Academy of Arts, Londres
Esse quadro, com seus edifícios de todo o mundo, sobrepostos uns aos outros, lembra o que Freud tinha em mente para a sua cidade eterna de Roma.
TRECHO
A importância da arquitetura para a identidade e o bem-estar pessoal é abrangente e exige uma resposta interdisciplinar. O amplo interesse nas relações íntimas entre o self humano e a forma arquitetônica é talvez mais vividamente demonstrado no hábito secular de caracterizar a natureza humana por meio de metáforas e analogias arquitetônicas. Exemplos desse hábito, ou os vários “modelos arquitetônicos do ser”, como irei me referir a eles, são discutidos em uma série de textos espalhados ao longo dos tempos, da Antiguidade aos dias atuais, e abarcam campos, discursos e tradições díspares. Coletivamente, eles identificam um extenso catálogo de interpretações sobre a natureza e o comportamento humanos. A fim de apresentar os argumentos deste livro, enfocaremos sucintamente dois dos tipos mais proeminentes de “modelos arquitetônicos do ser”: aqueles que enfatizam a forma do corpo humano como um modelo arquitetônico e os que chegam a modelos similares ressaltando o funcionamento da mente humana. O propósito desses modelos não é, como se presume com frequência, um exercício arbitrário de tradução de ideias sobre a natureza humana em um imaginário arquitetônico abstrato. Como demonstrarei ao longo de minha investigação, elas revelam insights úteis acerca das várias maneiras pelas quais tentamos, muitas vezes inconscientemente, inscrever-nos na tessitura arquitetônica de nossos ambientes, de modo a experienciar suas características como se estivessem em nós incorporadas como partes animadas de nós mesmos.
COMENTÁRIOS
“A abordagem psicanalítica não tem sido muito popular na teorização arquitetônica das últimas décadas. Os escritos arquitetônicos têm lidado predominantemente com formas físicas, visão focada e percepções conscientes e intencionalidade, em vez de abordar uma base pré-reflexiva de experiência e consciência. Agora que a compreensão da arquitetura como uma realidade mental e experiencial, em vez de objetos estetizados, está ganhando força, o livro de Lucy Huskinson traz as interações essenciais do self e do ambiente para a discussão. Não somos simplesmente meros observadores da arquitetura, já que nosso próprio senso de self é moldado por nossas próprias construções. A arquitetura cria os horizontes pré-reflexivos para a experiência e a compreensão do nosso ser na carne do mundo, para usar a bela noção de Maurice Merleau-Ponty. Este livro é uma pesquisa minuciosa e perspicaz acerca do papel da inconsciência em nossas interações com o espaço, o lugar e o domicílio.”
[Juhani Pallasmaa, arquiteto da Associação Finlandesa de Arquitetos (Safa), membro honorário do Instituto Americano de Arquitetos (Faia), membro internacional do Real Instituto de Arquitetos Britânicos (Friba), professor emérito da Universidade Aalto, Finlândia, membro da Academia Internacional de Arquitetura.
“A relação íntima entre edifício e self é capturada pela palavra única “world” (no alemão antigo, wer) que significa “homem”. A etimologia pode fornecer, entretanto, apenas um insight. Seu desdobramento detalhado exige um estudioso de perspicácia filosófica e habilidade psicanalítica, uma rara combinação de virtudes que poucas pessoas possuem. A doutora Lucy Huskinson é uma delas. Para comprovar esse mérito da autora, leia Arquitetura e Psique.”
Yi-Fu Tuan, professor emérito J.K. Wright de Geografia e professor emérito Vilas de Geografia na Universidade de Wisconsin, em Madison, EUA; autor aclamado; vencedor do prêmio internacional de geografia Vautrin-Lud.
“Grande parte da arquitetura contemporânea é eficiente, bem definida e inteligente, mas carece de capacidade de resposta às necessidades humanas reais, com consequências para o nosso bem-estar. Lucy Huskinson, em Arquitetura e Psique, nos encoraja a olhar para essas necessidades e, indo além, para fontes autênticas de enriquecimento, renovação e integração.
No que ela chama de planta baixa arquitetônica do ser, nos transformamos em nossos edifícios e eles se transformam em nós, em uma reciprocidade criativa que equilibra a segurança da continência com a liberdade de explorar as incertezas de nós mesmos e de nosso ambiente. Ela sugere um lugar neste evento Arquitetônico para um afrouxamento: uma ludicidade, ambiguidade e surpresa que podem envolver apoio e nos revivificar, acionando uma nova autoconsciência para encontrar os meios de continuarmos a nos recriar.
Essa é uma contribuição acadêmica e oportuna para a compreensão e as possibilidades de uma arquitetura mais plenamente humana.”
Gregory Burgess (AM), arquiteto premiado; recebeu o Prêmio Sir Zelman Cowen de Edifícios Públicos, a Medalha de Arquitetura Vitoriana pelo melhor edifício do ano, a Medalha de Ouro do Instituto Australiano de Arquitetos, o Prêmio Robert Mathew pelo desenvolvimento da arquitetura na Comunidade Britânica e por duas vezes foi vencedor do Prêmio Kenneth F. Brown Ásia-Pacífico de Cultura e Design Arquitetônico. Foi nomeado membro da Ordem da Austrália (AM) na Lista de Honras do Aniversário da Rainha em 2011 por serviços à arquitetura na área de projetos de construção ambientalmente sensíveis e comunitários.
“Pode-se argumentar que a arquitetura se tornou cada vez mais mercantilizada, drenada como ela é de qualquer intenção psicológica e significado associado. Em Arquitetura e Psique, Lucy Huskinson aborda essa questão de forma abrangente, recorrendo a um amplo domínio da teoria psicanalítica e aplicando-a às nossas experiências inatas e pessoais sobre as formas em que os edifícios nos afetam.”
Flora Samuel, professora de Arquitetura no Ambiente Construído, Universidade de Reading, Reino Unido.
SUMÁRIO
Introdução: Os Edifícios nos Projetam Tanto Quanto Nós a Eles
1. Os Modelos Arquitetônicos da Psique
2. O Evento Arquitetônico: Edifícios Como Eventos Que Revelam Nosso Ser
3. O Papel do Corpo no Evento Arquitetônico: Fortalecimento e Continência
4. Usando a Arquitetura Para nos Pensarmos Como Seres: Edifícios Como Depósitos de Pensamentos Inconscientes
5. O “Self” Que É Revelado Pela Arquitetura
Conclusão: Arquitetura Que Captura a Imaginação – Projetando e Respondendo a uma Arquitetura Evocativa
Notas
Referências
Relação de Imagens
Índice Remissivo
Agradecimentos
FICHA TÉCNICA
Autora: Lucy Huskinson
Tradução: Margarida Goldsztajn
Coleção: Estudos
Assunto: Psicanálise e Arquitetura
Formato: Brochura
Dimensões: 13,5 x 22,5 cm
328 páginas
ISBN 9786555050820
E-book: 9786555050831
Preço E-book: R$ 59,90
Lançamento: 10/12/2021
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