Balanço Afiado: Estética e Política em Jorge Ben
Allan Da Rosa; Deivison Faustino
Sinopse
Marcado por um hibridismo formal e temático, Balanço afiado: estética e política em Jorge Ben é uma conversa cheia de ginga em que Allan da Rosa e Deivison Faustino (Nkosi) constroem uma reflexão sofisticada sobre música, relações raciais, sociabilidades e masculinidades negras a partir da obra do mestre Jorge Ben, utilizando o que chamam de filosofia maloqueira.
A diversidade dos temas cingidos pelas composições de Jorge Ben e a desenvoltura com a qual Da Rosa e Faustino transitam entre eles são, a um só tempo, herança e práxis do pensamento negro de vanguarda. Essa profundidade só poderia ser lida a partir de uma linguagem que convida o leitor a participar, junto com os autores, de uma conversa entre amigos, seja no WhatsApp, numa ligação telefônica ou numa mesa de bar. Assim como na obra de Ben, o elevado e o mais simples estão comungados.
Jorge Ben é um catalisador dos elementos da alquimia que forma a música brasileira e, com um trabalho singular, que escapa da estrutura de notação musical ocidental — fato exemplificado em Balanço afiado por meio das partituras, ou melhor, chulas, magistralmente dissecadas pelo maestro Allan Abbadia —, une-se à beleza das andanças que Da Rosa e Faustino, ora como autores, ora como personagens, realizam entre partidas de futebol de várzea, a festa carioca em devoção a São Jorge, salas de aula das universidades e grandes rodas da intelectualidade negra brasileira.
Além dos pontos de encontro, Da Rosa e Faustino trabalham habilmente os contrapontos da recepção de Jorge Ben, discutindo os meandros entre segregação e intimidade que estão na base do racismo à brasileira. Com texto de orelha de KL Jay, posfácio de Edimilson de Almeida Pereira e a parceria inédita entre as editoras Fósforo e Perspectiva, a pluralidade e, ao mesmo tempo, as encruzilhadas de ideias e práticas contidas no livro se elevam para contestar as fronteiras modernas entre estética e política.
Autores
Allan Da Rosa
É angoleiro e historiador. Mestre e doutor em imaginário, cultura e educação pela USP. É autor de Ninhos e revides: estéticas e fundamentos, lábias e jogo de corpo (Nós, 2022), Águas de homens pretos: imaginário, cisma e cotidiano ancestral em São Paulo (Veneta, 2021), Pedagoginga, autonomia e mocambagem (Jandaíra, 2019), Zumbi assombra quem? (Nós, 2017) e Reza de mãe (Nós, 2016).
Deivison Faustino
Também conhecido como Deivison Nkosi, é estudioso malokeiro, sociólogo e professor da Unifesp e do Instituto Amma Psique e Negritude. É autor de Colonialismo digital (Boitempo, 2023), Frantz Fanon e as encruzilhadas (Ubu, 2022) e Frantz Fanon: um revolucionário, particularmente negro (Ciclo Contínuo, 2018).
Partituras
Allan Abbadia
Posfácio
Edimilson de Almeida Pereira
Capa
Alles Blau e Manuela Navas
Sumário
Abertura
Farpas e mel de gamelinhas
Um zap para Trismegisto
1. Cadências e impertinências
Chula 1 — “O rei chegou, viva o rei”
2. No princípio era o grave
Chula 2 — “Berenice”
3. Ondas, contrapontos e malícia
Chula 3 — “Meu glorioso São Cristóvão”
Carta para o zagueiro lanceiro do rei
4. Pretuguês, consonâncias e força bruta
Chula 4 — “Nanã Imborô” e “Mas que nada”
5. Jesualda encontra o Homem da Bombeta Florida
Parte i — Com carinho, seu precioso trabalho
Chula 5 — “Velhos, flores, criancinhas e cachorros”
Parte ii — Eu juro que quando você chegar…
Chula 6 — “Cassius Marcelo Clay”
6. Feira: modernagem preta e Jorge Milonga
Chula 7 — “Zumbi”
Carta para Maria Conga
7. Os al-km’-istas estão chegando… ou eram os negros astronautas?
Agradecemos
Posfácio
De que falam os alquimistas? Edimilson de Almeida Pereira
Créditos das partituras
Ficha Técnica
Allan Da Rosa; Deivison Faustino
Música
Formato impresso
Brochura
13,5 x 20 cm
288 páginas
ISBN 978-65-5505-161-2
Lançamento 15 setembro de 2023
Ebook
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