MARXISMO NEGRO
A Criação da Tradição Radical Negra
Cedric J. Robinson
Apresentação: Muryatan Barbosa
Prólogo: Robin D.G. Kelley
Prefácio: Damien Sojoyner e Tiffany Willoughby-Herard
Tradução: Fernanda Silva e Sousa, Caio Netto dos Santos, Margarida Goldsztajn e Daniela Gomes,
SINOPSE
Um extraordinário e bem-sucedido esforço de compreender a matriz racial do capitalismo, desde sua emergência na economia colonial até o período moderno, fazendo uma crítica profunda ao marxismo de matriz europeia, associado aos movimentos socialistas, e trazendo à cena a questão do negro como sendo radicalmente associada aos movimentos de massa fora da Europa e à construção de uma tradição e história próprias que dizimem a narrativa racialista dominante e deem aos povos de matriz africanas o direito de ser.
QUARTA-CAPA
“Esta obra é sobre a luta do nosso povo, a histórica luta negra. Sua premissa é a de que a sobrevivência de um povo à luta deve se dar em seus próprios termos: a sabedoria coletiva que é uma síntese da cultura e da experiência daquela luta.”
Marxismo Negro: A Criação da Tradição Radical Negra traz uma visão inovadora e essencial de como o pensamento marxista atua em re(l)ação ao racismo. Parte da constatação de que o marxismo foi incapaz de compreender o caráter racial do capitalismo, de um lado, e os movimentos de massa fora da Europa, de outro. Segundo Cedric J. Robinson, os esforços para compreender a história de resistência dos negros apenas pelo prisma da teoria marxista são imprecisos e incompletos por pressuporem apenas o modelo europeu de história, sem considerar a construção da história e das tradições das populações e povos negros, segundo seus próprios parâmetros. Para essa tarefa, ele escrutina nesta obra monumental toda a história do Ocidente, associando teoria política, história, filosofia e análise cultural à medida que também tece a trama de influências recíprocas da ideologia marxista e da resistência negra em busca de uma “tradição radical negra”. Quarenta anos após o lançamento de sua primeira edição, Marxismo Negro se tornou um clássico sem nada perder de seu vigor.
CEDRIC JAMES ROBINSON (1940-2016)
De família de origem sulista (Alabama), cresceu em Oakland, Califórnia, e foi professor emérito do Departamento de Estudos Negros e Ciências Políticas na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (UCSB), na qual lecionou por quatro décadas, tendo sido diretor de seu Centro de Pesquisa para Estudos Negros.
Graduou-se em Antropologia Social na Universidade da California, Berkeley, em 1963, e fez mestrado e doutorado em Teoria Política, em 1974, na Universidade Stanford.
Seus interesses abrangiam a filosofia política clássica e moderna, a teoria social radical na diáspora africana, política comparada, capitalismo racial e as relações entre mídia e política.
Foi ativista político e membro da Afro-American Association em Berkeley, grupo estudantil que discutia identidade negra, decolonização africana, racismo histórico e contemporâneo, além de outros assuntos correlatos.
Além de Marxismo Negro: A Criação da Tradição Radical Negra (Black Marxism: The Making of the Black Radical Tradition, 1983; 3a edição, 2020), é autor, entre outros, de The Terms of Order: Political Science and the Myth of Leadership (1980), Black Movements in America (1997) e Anthropology of Marxism (2001).
PALAVRAS NEGRAS
A coleção Palavras Negras reúne textos de intelectuais negros e negras, produzidos em diferentes contextos, como o acadêmico e o dos movimentos sociais. O objetivo é lançar e reeditar obras que contribuam para a análise das relações raciais no Brasil, abordando também questões de gênero e classe. Palavras Negras que inspirem reflexões e ações antirracistas.
DA CAPA
Imagem da capa: Escravizados em Boone Hall Plantation, no Sul dos Estados Unidos.
O QUE DIZ O AUTOR
Esta obra é sobre a luta do nosso povo, a histórica luta negra. Sua primeira premissa é que a sobrevivência de um povo à luta deve ser em seus próprios termos: a sabedoria coletiva que é uma síntese da cultura e da experiência daquela luta. O passado compartilhado é precioso, não por si mesmo, mas porque é a base da consciência, do saber, do ser. Não pode ser negociado em troca de alianças vantajosas ou traduzido por abstrações ou dogmas convenientes. Ele contém filosofia, teorias da história e prescrições sociais que lhe são próprias. É um constructo que possui seus próprios termos, que exige suas próprias verdades. Tentei aqui demonstrar sua autoridade. Mais particularmente, investiguei os esforços fracassados de apresentar o ser histórico dos povos negros em um constructo do materialismo histórico, expressando nossa existência como uma mera oposição à organização capitalista. Somos isso (porque devemos ser), porém muito mais.
TRECHOS
DA APRESENTAÇÃO, por Muryatan Barbosa
É visível que o mundo contemporâneo caminha para um esgarçamento do tecido social, produzindo uma onda de desumanização de potencial genocida. Algo que muitos já acreditavam ter sido superado na história. Em última instância, trata-se da derrocada da produção industrial massiva, fordista que, associada à renovação do neocolonialismo entre centros e periferias, vem perpetuando o encarceramento em massa, o espetáculo e a violência estatal (e privada) como formas de controle social. Em concomitância, a precarização do trabalho impõe-se universalmente, ainda que não produza mais a classe trabalhadora de outrora, que Marx via como a negação positiva do capitalismo. O livro de Robinson é nosso contemporâneo na medida em que busca refletir sobre essa nova realidade. E ele sabia disso.
DO LIVRO
[p. 70]
[...] Essas rebeliões buscavam o retorno às pátrias africanas e a reparação da descontinuidade produzida pela escravidão e pelo tráfico. Mais tarde, nos assentamentos coloniais, quando as condições eram favoráveis, as revoltas muitas vezes tomavam a forma de marronage, uma concessão ao reassentamento da escravidão e às novas identidades culturais sincréticas emergentes do caldeirão social da organização escravocrata. Africanos e crioulos negros “fora da lei” recém-transportados, e às vezes escravos europeus e nativos americanos fugiam das áreas mais vigiadas pelos exploradores no intuito de criar sociedades igualitárias.
[p. 79-80]
O racismo, sustento eu, não foi simplesmente uma convenção para organizar as relações entre povos europeus e não europeus, ao contrário, tem sua gênese nas relações “internas” dos povos europeus. Como parte do inventário da civilização ocidental, ele repercutiria dentro e fora transferindo seu impacto do passado para o presente. Em contradição às expectativas de Marx e Engels, de que a sociedade burguesa racionalizaria as relações sociais e desmitificaria a consciência social, ocorreu o inverso. O desenvolvimento, a organização e a expansão da sociedade capitalista seguiriam essencialmente rumos raciais, assim como a ideologia social. Como uma força material, esperar-se-ia que o racialismo inevitavelmente permeasse as estruturas sociais emergentes do capitalismo. Tenho utilizado o termo “capitalismo racial” para me referir a esse desenvolvimento e à estrutura que dele advém como ação histórica.
[p. 81-82]
A negação da história dos povos africanos levou tempo – muitos séculos – começando com o surgimento dos europeus ocidentais da sombra da dominação e do paternalismo muçulmanos. Foi também um processo que transportaria a imagem da África através de planos separados de desumanização, entrelaçados pelas modalidades emergentes da cultura ocidental. Na Inglaterra, inicialmente dominada por um cristianismo combativo e frequentemente histérico – complementos das cruzadas, das “reconquistas”, e da ascensão do capitalismo italiano – os devotos medievais ingleses registraram sonhos nos quais o diabo aparecia como “um mouro negro”, “um etíope”. Isso fazia parte da norma da Igreja, que era praticamente o único repositório de conhecimento na Europa. Séculos depois, o satânico deu lugar à representação dos africanos como um tipo diferente de animal: estupido, um animal para o trabalho, o destinatário ignorante dos benefícios da escravidão. Assim, o “negro” foi concebido. Esse conceito de “negro” – cujos precedentes poderiam ser encontrados nas fabricações raciais que ocultavam os eslavos (os escravos), os irlandeses e outros – substancialmente erradicou da consciência histórica ocidental a necessidade de lembrar a importância dos núbios para a formação do Egito, do Egito para o desenvolvimento da civilização grega, da África para a Roma imperial e, mais incisivamente, da influência islâmica na história econômica, política e intelectual da Europa. De tal criatura nem mesmo uma suspeita de tradição deveria ser levada em conta. Em seu lugar havia o escravo negro, uma consequência mascarada de antropologia e história.
[p. 111-112]
Foram também os “imigrantes indispensáveis” que complementaram o proletariado urbano, incapaz de se manter “quanto mais de crescer sem a ajuda da imigração contínua”. Em Ragusa foram os morlacos, em Marselha, os corsos, em Sevilha, os mouriscos da Andaluzia, em Argel, os aragoneses e os berberes; em Lisboa, os escravos negros, e em Veneza, o proletariado imigrante foi ampliado com os romagnoli, os marchiani, gregos, persas, armênios e judeus portugueses.
[p. 186]
[...] após alguns séculos de indulgências raciais, o substrato do pensamento ocidental estava despreparado para qualquer outra coisa. Mesmo a mudança no pensamento ocidental dos séculos XVIII e XIX, de uma base epistemológica religiosa e filosófica para a da ciência moderna fizera pouca diferença. Na verdade, serviu apenas para estender os termos e os fundamentos lógicos da fantasia de inferioridade racial (para os judeus, irlandeses, eslavos e asiáticos, bem como para os negros). O pensamento científico ocidental simplesmente assumiu seu lugar como a gramática formal mais recente para a expressão de uma metafísica racial, à qual sua resposta mais natural era a aquiescência. De fato, durante grande parte do século XIX, um dos projetos mais persistentes em que se empregou a ciência ocidental foi a tentativa de demonstrar o que já era entendido como a ordem natural das raças.
[p. 400-401]
Para Lênin, o partido era o possessor da verdadeira consciência histórica e o verdadeiro instrumento da história. O partido era a teoria marxista na prática. Fez o que fez porque o proletariado havia demonstrado que possuía uma insuficiente consciência de classe140. Deduz-se, portanto, segundo Lênin, que a oposição às tarefas definidas para si pelo partido só poderia vir de duas fontes: a burguesia reacionária na direita, e os oportunistas pseudomarxistas, “intelectuais” da pequena burguesia, na esquerda. Se, a fim de sobreviver, o partido que atuava como Estado, se comprometia com a Alemanha, a Austro-Hungria, a Bulgária e a Turquia (a Quádrupla Aliança) em Brest-Litovski, ele não poderia ser acusado de transigir em geral. A alternativa teria sido a continuação da guerra e da derrota. É preciso distinguir, Lênin argumentou, entre compromissos “obrigatórios” (preservação) e aqueles compromissos que o transformam em “cúmplices do banditismo”. O partido bolchevique assumiu apenas compromissos obrigatórios […] exceto quando cometeu erros “menores e facilmente corrigíveis”. Com um pouco de sofisticação, Lênin declarou: “O que se aplica aos indivíduos também se aplica – com as devidas modificações – à política e aos partidos. Não é inteligente quem não comete erros. Tais pessoas não existem, nem poderiam existir. O inteligente é aquele cujos erros não são muito graves e ele é capaz de retificá-los com facilidade e rapidez.” Programática e taticamente, Lênin estava estabelecendo as bases para que os partidos membros do Comintern na Europa e em qualquer outro lugar assumissem posições não revolucionárias no momento. Os membros do partido foram instruídos a aderir a partidos, movimentos e organizações e a tentar influenciar a política em relação às demandas reformistas necessariamente intoleráveis ao capitalismo.
[p. 533]
Pois, para a elaboração de uma nova teoria precisamos de uma nova história. Conforme apontado na maioria das tradições intelectuais do Ocidente, a prática da teoria é sempre informada pela luta. Aqui, os pontos de combate foram três: uma oposição às ideias que têm dominado a literatura europeia, pretendendo colocar em segundo plano os povos africanos; uma crítica da tradição intelectual socialista que, muito raramente, ou de modo casual, questionou suas próprias bases de ser; e uma consideração da importância das ambivalências com as quais a intelligentsia radical negra ocidentalizada começou a formulação da teoria radical negra. O terreno não foi escolhido, mas ditado pela herança histórica.
[p. 535]
Durante quatrocentos anos, do século XV ao século XIX, enquanto o modo de produção capitalista na Europa engolfava os trabalhadores agrários e artesanais, transformando-os ao longo das gerações em forragem expropriada e dependente de sua concentração nas fábricas, disciplinados aos ritmos e turbulências do processo manufatureiro, os organizadores do sistema capitalista mundial se apropriaram da força de trabalho negra como capital constante. [...] Era razoável esperar que aqueles homens e mulheres africanos, cujas vidas foram interrompidas pela escravização e pelo tráfico, tentassem, e de certa forma conseguissem, recriar suas vidas. Não foi, entretanto, a compreensão dos europeus que manteve esses africanos nas garras de escravocratas, proprietários de plantations, comerciantes e colonizadores. Foi a capacidade de conservar sua consciência nativa do mundo frente à intrusão estrangeira, a capacidade de recriar imaginativamente uma metafísica prévia, ainda estando submetidos à escravidão, à dominação racial e à repressão.
[p. 537]
Que a patologia da raça fosse uma parte tão dominante da consciência ocidental ou o que poderia ser feito para mudar esse caráter era menos importante do que a forma pela qual os povos negros poderiam sobreviver ao encontro. Isso talvez seja parte da explicação do porquê, com tanta frequência, a resistência dos escravos negros evoluiu de forma natural para o aquilombamento como a manifestação da determinação africana de se desconectar, de se afastar do contato. Para reconstituir sua comunidade, os radicais negros fugiram para o mato, para as montanhas, para o interior.
SUMÁRIO
Apresentação à Edição Brasileira [por Muryatan Barbosa]
Prólogo: Por Que “Marxismo Negro”? Por Que Agora? [por Robin D.G. Kelley]
Prefácio: Perspicácia Inquieta: Pedagogia, Riso e Alegria nas Aulas de Cedric J. Robinson [por Damien Sojoyner e Tiffany Willoughby-Herard]
Prefácio à Edição de 2000
Prefácio à Terceira Edição
Introdução
Parte 1: O Surgimento e as Limitações do Radicalismo Europeu
1. Capitalismo Racial: O Caráter Não Objetivo do Desenvolvimento Capitalista
A Formação da Europa
A Primeira Burguesia
A Burguesia do Mundo Moderno
As Ordens Inferiores
Os Efeitos da Civilização Ocidental no Capitalismo
2. A Classe Trabalhadora Inglesa Como Espelho da Produção
Pobreza e Capitalismo Industrial
A Reação dos Trabalhadores Ingleses
A Colonização da Irlanda
A Consciência da Classe Trabalhadora Inglesa e o Trabalhador Irlandês
O Proletariado e a Classe Trabalhadora Inglesa
3. Teoria Socialista e Nacionalismo
Pensamento Socialista: Negação do Feudalismo ou do Capitalismo?
De Babeuf a Marx: Uma Historiografia Curiosa
Marx, Engels e o Nacionalismo
Marxismo e Nacionalismo
Conclusão
Parte 2: As Raízes do Radicalismo Negro
4. O Processo e as Consequências da Transmutação da África
A Diminuição da Diáspora
As Cores Primárias do Pensamento Histórico Estadunidense
A Destruição do Passado Africano
Relações Pré-Modernas entre África e Europa
O Mediterrâneo: Egito, Grécia e Roma
A Idade das Trevas: Europa e África
Islã, África e Europa
A Europa e o Comércio Ocidental
O Islã e a Criação de Portugal
Islã e Eurocentrismo
5. O Tráfico de Escravos no Atlântico e a Mão de Obra Africana
A Burguesia Genovesa e a Era dos Descobrimentos
O Capital Genovês, o Atlântico e uma Lenda
A Mão de Obra Africana Como Capital
Os Livros-Razão de um Sistema Mundial
A Coluna Marcada Como “Capitalismo Britânico”
6. A Arqueologia Histórica da Tradição Radical Negra
A História e o Mero Escravo
Vermelhos, Brancos e Negros
Negros em Lugar de Vermelhos
Resistencia Negra: O Século XVI
Palmares e o Aquilombamento do Século XVII
Resistência Negra nos Estados Unidos
A Revolução Haitiana
O Brasil Negro e a Resistência
Resistência nas Índias Ocidentais Britânicas
África: Rebelião nos Lugares de Origem
7. A Natureza da Tradição Radical Negra
Parte 3: Radicalismo Negro e Teoria Marxista
8. A Formação de uma Intelectualidade
Capitalismo, Imperialismo e as Classes Médias Negras
A Civilização Ocidental e a Intelectualidade Renegada Negra
9. A Historiografia e a Tradição Radical Negra
Du Bois e os Mitos da História Nacional
Du Bois e a Reconstrução da História e do Pensamento Político Estadunidense
Escravidão e Capitalismo
Trabalho, Capitalismo e Escravidão
Escravidão e Democracia
A Reconstrução e a Elite Negra
Du Bois, Marx e Marxismo
Bolchevismo e Comunismo Estadunidense
Nacionalismo Negro
Os Negros e o Comunismo
Du Bois e a Teoria Radical
10. C.L.R James e a Tradição Radical Negra
A Mão de Obra Negra e as Classes Médias Negras em Trinidade
O Negro Vitoriano Se Converte em Negro Jacobino
Socialismo Britânico
Radicais Negros na Metrópole
A Teoria do Jacobino Negro
Chegando a um Acordo
Com a Tradição Marxista
11. Richard Wright e a Crítica à Teoria de Classes
A Teoria Marxista e o Intelectual Radical Negro
O Romance Como Política
A Teoria Social de Wright
Os Negros Como Negação do Capitalismo
The Outsider Como Crítica do Cristianismo e do Marxismo
12. Um Final
Notas
Referências
Índice
Agradecimentos
FICHA TÉCNICA
Autor: Cedric J. Robinson
Apresentação: Muryatan Barbosa
Prólogo: Robin D.G. Kelley
Prefácio: Damien Sojoyner e Tiffany Willoughby-Herard
Tradução: Fernanda Silva e Sousa, Caio Netto dos Santos, Margarida Goldsztajn e Daniela Gomes.
Palavras Negras
Ciências Sociais/História/Racismo
IMPRESSO
brochura
14 x 19 cm
688 páginas
ISBN 978-65-5505-141-4
Lançamento 10 mar
EBOOK
ISBN 978-65-5505-142-1
Lançamento 10 mar
1 x de R$159,90 sem juros | Total R$159,90 | |
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