MEU PAI
E O FIM DOS JUDEUS DA BESSARÁBIA
Samuel Fux e Jacques Fux
SINOPSE
Do silêncio e da distância do pai do pai, enrodilhado nos traumas da perseguição aos judeus na Bessarábia natal do século 20, onde grande parte de sua família e amigos se perdeu, surgem as memórias do pai do filho, como forma de garantir a este um legado que seu pai não pode ou foi capaz de lhe oferecer. Em narrativa fragmentada, cheia de lirismo e vazios, o pai busca preencher sua vida com as memórias de seu pai, ao mesmo tempo que preenche a sua própria para seu filho. Ficção, memória e afeto misturam-se num enredo que oscila entre o real e o não real, o possível e o desejado.
QUARTA-CAPA
Este é um livro sobre o vazio. Ou melhor, sobre o esforço de preencher o vazio, o oco da história. Na esperança de resgatar da distância o amor em sua plenitude e complexidade, Samuel Fux recria para e com o filho, Jacques, a história de seu pai e de sua família, judeus da Bessarábia, e resgata a sua própria na Belo Horizonte desde a sua infância.
Ghers, seu pai, foi um homem que viveu para a família e o presente, silenciosamente, e sem nunca falar sobre a terra de onde veio ainda criança com os pais e o que viveu lá. A numerosa comunidade judaica de Briceni tinha sido praticamente varrida do mapa pela violenta onda de antissemitismo que sacudia a Europa já no início do século XX e que culminaria com o genocídio dos judeus na Segunda Guerra Mundial.
Não falar sobre os amigos e familiares que haviam deixado de existir foi a forma que Ghers encontrou para lidar com a dor da perda. Mas o silêncio, o não dito, sufoca, estrangula. É preciso libertar as palavras e, se o apagamento impede que se saiba os detalhes (pois não é possível recuperar a conversa que não se teve nem indagar nada de quem já partiu), é preciso recriar os acontecimentos para legar uma história e um afeto que vençam o esquecimento e a morte. E que preencham o oco do coração.
SAMUEL FUX
É graduado em História pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pela qual se tornou mestre em Filosofia do Direito (2009). Foi advogado e professor durante quarenta anos. Meu Pai é seu primeiro romance.
JACQUES FUX
Nascido em Belo Horizonte, é ficcionista, ensaísta e tradutor. Tem doutorado em Literatura Comparada pela UFMG e pela Universidade de Lille 3. Foi pesquisador na Universidade de Harvard de 2012 a 2014. É autor de, entre outras obras: Antiterapias (Maralto, 2022, prêmio São Paulo 2013), As Coisas de Que Não Me Lembro, Sou (Aletria, 2022), Literatura e Matemática (Perspectiva, 2016, prêmio Capes; finalista do APCA), O Enigma do Infinito (Maralto, 2019, selo FNLIJ, finalista do prêmio Jabuti), Herança (Maralto, 2022). Seus livros e contos foram publicados na Itália, no México, no Peru, em Israel, nos Estados Unidos e na França.
PARALELOS
A coleção Paralelos é dedicada a títulos de ficção e memória.
DA CAPA
Imagem da capa: Arshile Gorky, sem título, 1943.
Arshile Gorky chegou aos Estados Unidos com 16 anos, fugindo do genocídio armênio, em 1920. Sua obra, com pinceladas vigorosas e expressivas, carrega a memória, o lirismo e a dor dos traumas do abandono e da perseguição.
TRECHOS
“Eu poderia ter investigado a sua história. A história de todos os meus antepassados. A história do meu pai. Mas de que isso serviria agora? Afinal, vivi uma vida inteira sem saber, sem dar atenção, sem vasculhar o trauma geracional que sondou e assombrou minha família, e nela se arraigou. É sobre isso que aqui escrevo: restos incoerentes, inconsequentes, faltosos e absurdos de vidas e mortes silenciadas.” p. 41
“Revisito o passado, pois gostaria de saber das histórias do meu pai, perdidas no tempo, nos (nossos) silêncios, e para que o Jacques não desconheça os resquícios das minhas.” p. 50
“Ghers Fux com certeza teve uma vida, uma história, uma narrativa com amores e amigos em Briceni até seus treze anos. Uma vida parecida com a dos jovens judeus que por lá viviam. O seu destino, no entanto, foi bem diferente do da maioria – ele, seus três irmãos e sua mãe sobreviveram, enquanto a maior parte dos judeus da Bessarábia, não. É curioso pensar que tudo o que contei até agora neste romance são as lembranças dos meus primeiros treze anos. Se são poucas e fragmentadas, as do meu pai, que nunca soube, estão apagadas. É triste a extinção das histórias, das memórias e, mais ainda, de toda uma vida e de uma cultura tão rica.” p. 52
“Gostaria de poder ter um museu para fatos esquecidos e memórias inventadas.
Gostaria de ter um museu com as coleções de fatos e memórias do meu pai.” p. 80
SUMARIO
No Brasil, Bem Distante da Bessarábia
Em Belo Horizonte, Bem Longe de Briceni
No Calafate, Bem Longe dos Pogroms
Em Busca de Rastros
Carlos Prates, Bem Longe de Transnístria
Outras Memórias da Casa; Nenhuma Memória do Lar
Mais Memórias Perdidas e Desencontradas no Tempo e no Espaço
Em Briceni
Histórias e Não Histórias
O Trabalho Enobrece?
Coleções: Farturas e Privações
Aeromodelos
À Minha Família, à Família do Meu Pai e às Famílias da Bessarábia
FICHA TÉCNICA
Samuel Fux e Jacques Fux
Coleção: Paralelos
Assunto: Biografia e Memórias
Formato Impresso: brochura
Tamanho: 14 x 21 cm
96 páginas
ISBN 978-65-5505-143-8
Lançamento 31 março de 2023
EBOOK
ISBN 978-65-5505-144-5
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