MOVIMENTO
Como Reconquistar Nossas Ruas e Transformar Nossas Vidas
Thalia Verkade e Marco te Brömmelstroet
Apresentação: Leandro Medrano
Tradução: Sonia Nussenzweig Hotimsky
Coleção: Urbanidades Fraturadas
Assunto: Urbanismo
SINOPSE
Thalia Verkade amava seu 4x4 Lada Niva em que viajava nos finais de semana pelos arredores de Moscou e para um giro pela Rússia ao final de seu contrato como correspondente no país. Mas o Niva não atendia aos padrões de emissão de poluentes da União Europeia, o que obrigou a jornalista a vender o carro ao voltar para a Holanda. Achava, então, que era a hora de ter um carro elétrico, silencioso e não poluente. Foi quando começou a se dar conta da loucura e violência do trânsito e percebeu o contraste com a mobilidade das bicicletas que já eram objeto de políticas oficiais de implementação no país. Bicicletas lhe apareceram como solução. Decidiu que investigaria e escreveria sobre a questão da mobilidade nas cidades holandesas.
A partir dessa preocupação, sua busca a levou a Marco te Brömmelstroet, o “Professor de Ciclismo”, como ele assina na rede social X. Nascia aí uma poderosa parceria, cheia de debates, insights e desenvolvimento de ideias que resultou neste livro, Movimento: Como Reconquistar Nossas Ruas e Transformar Nossas Vidas, que acabaria por ganhar o prêmio de melhor livro jornalístico de 2021 na Holanda.
Indo além da experiência holandesa, observando também as dinâmicas de outras grandes cidades, os dois autores, uma jornalista e um especialista em mobilidade urbana, mostram como os esforços para fazer o trânsito fluir – a ênfase infrutífera na diminuição do tempo gasto, em lugar de se enfatizar a experiência da mobilidade – tem um alto custo humano (não só psicológico, mas em vítimas de acidentes com mortes) e como uma nova abordagem, que devolva as ruas às pessoas, é necessária. E apontam a necessidade do envolvimento ativo da comunidade no enfrentamento dos interesses econômicos e políticos de montadoras e indústrias associadas ao transporte veicular junto aos legisladores e autoridades públicas. Um chamamento a uma reflexão radical sobre o que é uma cidade e para quem. Com muitas ideias de como torná-la um lugar melhor para as pessoas.
QUARTA-CAPA
Hoje a resposta incontestável e universal é: aos automóveis. O que um dia pareceu uma solução, se transformou num enorme problema, que afeta nossa saúde, nossa economia e o planeta como um todo. Daí que de símbolo do progresso tecnológico o carro se tornou no símbolo de uma sociedade incapaz de desacelerar sua corrida rumo ao abismo.
Ao refletir sobre os aparentes sucessos das cidades holandesas, Movimento levanta questões radicais sobre esse problema urbano que afeta todas as cidades do mundo. Thalia Verkade e Marco te Brömmelstroet confrontam as suas próprias crenças subjacentes e nos desafiam a repensar as nossas ideias sobre transportes para colocar as pessoas no centro do design urbano, indo muito além do aumento do aumento de ciclovias, evidenciando que ainda há um longo caminho a percorrer.
THALIA VERKADE
Jornalista e moradora de Roterdã. Foi correspondente estrangeira e articulista dos jornais holandeses NRC Handelsblad e nrc.next. Para a plataforma de jornalismo lento*1, sem anúncios, intitulada De Correspondent, ela tem escrito extensivamente sobre os temas que mais ama: linguagem, transporte e tecnocracia.
MARCO TE BRÖMMELSTROET
É chefe da cadeira de Futuros em Mobilidade Urbana no Instituto de Pesquisa Social de Amsterdã da Universidade de Amsterdã. Suas aulas têm por foco a relação entre desenvolvimentos no uso da terra e comportamentos em torno da mobilidade. Como diretor acadêmico, fundador do Instituto de Ciclismo Urbano, ele fortalece os vínculos entre a academia e a forma como ciclistas se relacionam com o ambiente social e urbano. O ciclismo oferece a ele uma lente para reimaginar radicalmente o modo pelo qual a sociedade pensa a mobilidade, os sistemas de transporte e a rua. Sua conta de Twitter como professor de ciclismo tem mais de setenta mil seguidores.
Juntos, Thalia e Marco ganharam o prêmio de melhor livro jornalístico holandês do ano por Movimento: Como Reconquistar Nossas Ruas e Transformar Nossas Vidas.
Coleção URBANIDADES FRATURADAS
DA CAPA
Imagem da capa: ilustração denotando o contraste dos possantes automóveis no trânsito lento das ruas em contraste com a possibilidade de modos de locomoção integrados à uma cidade de bem-estar.
O QUE DIZ O AUTOR
“Das minhas investigações ficou claro que um limite de velocidade mais baixo para os automóveis poderia impactar muitos mais aspectos do que apenas o trânsito. As cidades devem ter esses efeitos mais amplos em mente quando discutem um limite de velocidade mais baixo ou outras medidas que reduzam os impactos do tráfego de automóveis. E os cientistas deveriam realizar estudos que investigassem adequadamente esses efeitos mais amplos.”
Fonte: https://urbancyclinginstitute.org/reduced-speeds-might-improve-much-more-than-just-traffic/
TRECHOS
DA APRESENTAÇÃO (de Leandro Medrano)
O livro-manifesto Movimento, da jornalista Thalia Verkade e do urbanista Marco te Brömmelstroet, relata os processos técnicos, sociais e políticos que tornaram a Holanda um país exemplar no uso da bicicleta como meio de transporte. Trata-se de uma longa e difícil trajetória que só foi possível com a participação ativa da população. Tal qual em outros países, o lobby da indústria automobilística foi implacável: destruiu tecidos urbanos historicamente construídos e recursos naturais, junto com milhares de vítimas fatais direta e indiretamente ligadas ao uso do automóvel. Reverter o avanço das forças do desenvolvimentismo industrial – naqueles anos, acompanhado pela promessa simultânea de desenvolvimento econômico e social – parecia uma tarefa impossível.
No entanto, os vários relatos apresentados no livro demonstram que, quando a população reconhece a importância de práticas coletivas urbanas voltadas para o bem comum, é possível impor limites à ganância de determinados setores econômicos. Além disso, outras estratégias de convivência urbana podem ser desenvolvidas, com o objetivo primordial de promover o bem-estar geral da população.
DO LIVRO
Dirigir um carro elétrico parece ótimo, mas de que adianta isso se não queremos ficar parados no trânsito? Tive minha cota de congestionamentos em Moscou: manter-me alerta enquanto esperava o trânsito fluir minava gradualmente a minha vontade de viver. Que desperdício de tempo precioso. Engarrafamentos são a principal fonte de irritação de todos os motoristas, e os atrasos decorrentes deles prejudicam a economia.
Quem decide se uma faixa de pedestres ou um semáforo será colocado em determinado lugar? A princípio, isso me parece uma questão técnica, algo da alçada de engenheiros de trânsito.
Porém, depois de conhecer alguns engenheiros de trânsito, percebo que não se trata apenas de um assunto técnico. É uma questão social, política e moral: ela diz respeito a quem tem mais direitos.
Fico espantada ao descobrir que os distritos do século XIX das cidades europeias, com suas ruas estreitas e casas de três ou quatro andares, são o lar de quase tantas pessoas por quilômetro quadrado quanto Manhattan com seus arranha-céus. A explicação é que os prédios altos tão típicos de Manhattan são muito mais apartados, com ruas muito mais largas entre eles.
O século do carro nos separou. Será que estamos nos aproximando do fim desse século do carro?
Se sentimos tanto prazer em acampamentos e parques de férias, pensamos, por que não tentamos organizar nossas próprias ruas da mesma maneira? Do jeito que as coisas estão agora, muitos de nós corremos para escapar do ambiente doméstico o mais rápido possível na vida cotidiana. A área em torno de nossas residências é tão desagradável que passamos nossos feriados em parques de bangalôs para evitar estarmos cercados de carros.
“É nessa direção que as coisas estão indo.” Essa é uma frase recorrente que escuto durante minhas investigações. Como se o futuro da mobilidade fosse em si autônomo. Talvez seja. Quando tanta coisa é determinada por fórmulas, diretrizes e modelos, a situação não se parece com, digamos, um veículo autônomo? O algoritmo opera, e os seres humanos intervêm apenas quando algo dá errado.
Assim mesmo, os algoritmos e as diretrizes são, é claro, escritas por pessoas, que fizeram certas escolhas.
Parecia tão fácil naquela época, quando eu ainda achava que engenheiros poderiam resolver todos os nossos problemas de mobilidade; minha única tarefa era a de acolher com entusiasmo suas soluções, com o benefício adicional de me apresentar como terrivelmente progressista e voltada para o futuro. Uma pessoa que adotava essas soluções precocemente.
Se aprendi alguma coisa dessa jornada exploratória, é que tudo isso depende de uma escolha. Todos têm a liberdade de priorizar rapidez e eficiência em detrimento da justiça e da igualdade no domínio público. Porém, os políticos que assim fazem precisam ser responsabilizados. O status quo não é um dado. Tampouco é uma solução neutra em termos de valor. É uma escolha. Aqueles que deixam de questionar a perpetuação do modelo de tráfego existente estão subscrevendo a noção de que o propósito do espaço público é facilitar a velocidade e o fluxo do tráfego.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
Amsterdã Não É São Paulo [por Leandro Medrano]
PRÓLOGO
1 As Ruas Pertencem a Todos Nós
Por que o Trânsito Se Apropriou de Nosso Espaço Público?
2 Cuidado – Crianças Brincando
Como os Carros Transformaram o Ambiente em Que Vivemos?
3 A História Que Nunca É Contada
Quem São as Vítimas Desse Sistema?
4 No Piloto Automático
Onde Vamos Parar Se Continuarmos Por Esse Caminho?
5 Espaço Público Como Se as Pessoas Importassem
O Que Acontece Se Você Tenta Fazer as Coisas de Forma Diferente?
EPÍLOGO Qual o Próximo Passo?
Algumas Ideias Para a Ação
Notas
Glossário
Índice Remissivo
Agradecimentos
FICHA TÉCNICA
Thalia Verkade e Marco te Brömmelstroet
Apresentação: Leandro Medrano
Tradução: Sonia Nussenzweig Hotimsky
Coleção: Urbanidades Fraturadas
Assunto: Urbanismo
IMPRESSO
Brochura
16 x 23 cm
248 páginas
ISBN 978-65-5505-197-1
Lançamento 9 ago
EBOOK
ISBN 978-65-5505-198-8
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