O ASSASSINATO COMO OBRA DE ARTE TOTAL - PRÉ-VENDA - Previsão de entrega a paritr de 21/05/2021
DE QUINCEY; BREMÓN; APOLLINAIRE; DESNOS
Organização, tradução e posfácio: Alcebiades Diniz Miguel
SINOPSE
Crimes de assassinato causam horror e aguçam a curiosidade. Por quê? Como? Aonde? Quais circunstâncias? Quando juntamos num mesmo balaio nossos fantasmas confrontados com eventos reais, adicionando ainda uma boa prosa, inteligente e investigativa, já curtida pela passagem do tempo, que nos transporta a um passado não tão distante, mas bem diferente, chegamos a “Assassinato Como Obra de Arte Total”, em que reportagem, investigação e fatos terríveis se unem e transformam o horror e a perversidade em literatura de alta qualidade.
QUARTA-CAPA
Crimes de assassinato sempre despertam a curiosidade pela torpeza, motivações e características que envolvem os fatos e as investigações. Muitas vezes, chamam a atenção os procedimentos minuciosos ou as circunstâncias inesperadas que os envolvem. “O Assassinato Como Obra de Arte Total foi organizado e traduzido pelo estudioso de literatura Alcebiades Diniz Miguel, reunindo narrativas brilhantes de alguns casos. Em seu Posfácio, o tradutor discute esse tipo de evento, seus fetiches e a arte de contá-los com arte.
Dividida em duas partes, a primeira, A Teoria, traz os três famosos ensaios de Thomas De Quincey sobre os crimes da Ratcliff Highway em Londres, “Do Assassinato Como uma das Belas-Artes”, que tanto influenciaram outros escritores, principalmente Edgar Allan Poe, menos pela ironia e mais pela análise fria, detetivesca mesmo, da cena e do modus operandi do perpetrador. Na segunda parte, A Prática, um conto de José Fernández Bremón (“Um Crime Científico”), outro de Guillaume Apollinaire (“O Marinheiro de Amsterdã”) e a série de artigos de Robert Desnos (“Jack, o Estripador”) mostram como a semente lançada por De Quincey germinou, dando origem a diferentes frutos.
Que o leitor prove desses frutos sem se preocupar, pois não se trata aqui de lutar com monstros, ou se deixar seduzir por eles, mas do ato mais inegavelmente humano: buscar sentido nas coisas, mesmo em uma carnificina, transformando a informação fria e a especulação sensacionalista dos jornais em arte literária.
SOBRE OS AUTORES
THOMAS PENSON DE QUINCEY (1785-1859)
Foi um ensaísta, tradutor e jornalista inglês. Seu texto mais conhecido é Memórias de um Comedor de Ópio (1821). Durante breve período, foi editor de um jornal conservador e ali defendia privilégios da aristocracia. Não obstante as heranças recebidas, primeiro de seu pai, um mercador de sucesso, e depois de sua mãe, passou a vida lutando contra a falta de dinheiro e a saúde precária, principalmente devido a uma neuralgia do trigêmeo, que o levou a se viciar em ópio para aplacar a dor que sentia no rosto.
JOSÉ FERNÁNDEZ BREMÓN (1839-1910)
Foi um dramaturgo e jornalista espanhol. Politicamente conservador, foi um cronista de estilo irônico, mas que, apesar da intensa atuação junto aos periódicos, se consagrou como contista, como em Cuentos (1879) e dramaturgo, com obras como La Estrella Roja (1890) e El Espantajo (1894).
GUILLAUME APOLLINAIRE (1880-1918)
Wilhelm Albert Wlodzimierz Apolinary de Waz-Kostrowicki foi um poeta e crítico de arte francês, talvez o principal nome das vanguardas europeias do início do século XX. Muito influenciado pelo simbolismo, foi um ardoroso defensor do cubismo e um surrealista avant la lettre. Chegou a ser preso, por uma semana, pelo roubo da Mona Lisa e de arte egípcia em um caso rumoroso. Enfraquecido por ferimentos que teve durante a Primeira Guerra Mundial, morreu precocemente ao contrair a gripe espanhola.
ROBERT DESNOS (1900-1945)
Foi um poeta surrealista francês. Trabalhou também no rádio, nos anos 1930, e publicou muitas resenhas críticas de cinema e jazz. Foi autor de três romances, uma peça e um roteiro cinematográfico. Durante a Segunda Guerra Mundial lutou pela Resistência Francesa. Preso pela Gestapo em 1944, passou pelos campos de concentração de Auschwitz, Buchenwald, Flossenbürg e Theresienstadt em 1945. Morreu de febre tifoide três dias após a liberação do campo.
ALCEBIADES DINIZ MIGUEL
É um estudioso da literatura, especialmente em seus ramos especulativos, fantásticos e imaginativos mais radicais, que, por outro lado, também cultiva a criação de seus próprios universos ficcionais na forma de contos, com participação nas coletâneas The Gift of the Kos'mos Cometh!: A Homage to Night and Kosmos (Ex Occidente/L’Homme Récent, 2015) e The Whore is This Temple (Ex Occidente/Mount Abraxas, 2016), além do livro de contos Lanterns of the Old Night, lançado pela Ex Occidente. Tem dois blogues irmãos, Bibliofagia (em português) e Bibliophage (em inglês), nos quais aborda o livro como objeto estético, colocando seu conteúdo em diálogo com a forma de edição. Doutor em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, realizou diversas traduções, entre elas O Dia do Gafanhoto e Outros Textos, de Nathanael West (Carambaia, 2015), e Imagens Fosforescentes, do poeta surrealista romeno Dolfi Trost
(Sol Negro, 2016).
TRECHOS
DE QUINCEY
O senhor é um homem ponderado, liberal no sentido clássico do termo, não nos termos do jargão de políticos e educadores modernos. Sendo assim, estou certo de que terá simpatia pelo meu caso em particular. Sou um homem incompreendido, dr. North – particularmente incompreendido. Assim, se me permitir, explicarei como isso se deu. Uma cena manchada pela mais negra calúnia se descortinará, mas acredito que sua equanimidade tornará tudo mais claro. Um cenho franzido de sua pessoa, na direção certa, ou um gesto de alerta com sua bengala bastaria para me reabilitar perante à opinião pública, que, no momento, é totalmente desfavorável à minha pessoa – resultado das artes vis dos caluniadores. Antes, porém, escute o que tenho a dizer.
Alguns anos atrás, talvez isso esteja em sua memória, vim à público na qualidade de um diletante do assassinato. Creio que diletante seja uma palavra muito forte. Connoisseur é mais adequada aos escrúpulos e fraquezas de gosto do público. Suponho, outrossim, que não haja nada de ofensivo em tal expressão, ao menos. Ninguém é obrigado a meter os olhos, ouvidos e inteligência no bolso das calças quando diante de um assassinato. Acredito que, se não estiver em estado comatoso, qualquer um pode observar que um assassinato é melhor ou pior que outro em termos de bom gosto. Os assassinatos possuem suas sutis diferenças e matizes de mérito, da mesma forma que estátuas, pinturas, oratórios, camafeus, gravuras e outras produções de igual fatura.
DA CAPA
Imagem da capa: detalhe de tela de Pollock com um corpo estirado demarcado em alusão à marca que investigadores costumam riscar no chão em casos de morte com motivos desconhecidos.
A imagem confunde o observador à primeira vista, com o desenho do corpo embaralhado no emaranhado de riscos e respingos que se espalha por trás, realçando o ilusionismo da criação literária transformadora da realidade dura e brutal.
SUMÁRIO
I. A Teoria: Dos Princípios do Assassinato [por Thomas De Quincey]
Prefácio
Do Assassinato Considerado uma das Belas-Artes
Segundo Artigo Acerca do Assassinato Considerado
uma das Belas-Artes
Pós-Escrito de 1854
II. A Prática: Nuances Homicidas
José Fernández Bremón: Um Crime Científico
Guillaume Apollinaire: O Marinheiro de Amsterdã
Robert Desnos: Jack, o Estripador
Posfácio: A Encenação Sangrenta. De Quincey e a Estética/Narrativa do Assassinato [ por Alcebiades Diniz Miguel]
Notas Sobre os Textos
PARALELOS
A coleção Paralelos abriga literatura de ficção e contos de evidente qualidade literária.
FICHA TÉCNICA:
Autor: DE QUINCEY; BREMÓN; APOLLINAIRE; DESNOS
Organização, tradução e posfácio: Alcebiades Diniz Miguel
Coleção: Paralelos
Assunto: Literatura - Ficção
Formato: Brochura
Dimensões: 14 x 21 cm
240 páginas
ISBN: 978-65-5505-058-5
E-ISBN: 978-65-5505-059-2
Preço E-book: R$ 45,90
Lançamento: 21/05/2021
