O MÉTODO MARLOW
Estudos Indisciplinares em Psicanálise
Leopold Nosek
Ensaios curtos, indisciplinares, em que um dos maiores especialistas em Freud e Winnicott no Brasil pensa as relações entre a cultura, no sentido de “como concebemos nosso viver e nele atuamos” e o inconsciente, desvendando conexões insuspeitas.
SINOPSE
Uma coleção cativante de artigos perspicazes que conectam a psicanálise, as artes, a cultura e a sociedade em geral de forma crítica e original. O Método Marlow desvenda as ligações ocultas entre a criatividade, o inconsciente e nossa capacidade de sonhar de olhos abertos, oferecendo novas perspectivas sobre como esses aspectos da vida se iluminam mutuamente.
Pensador com associações inesperadas e psicanalista conhecido pelos seus insights, Leopold Nosek, tem um olhar aguçado para os significados e desafios que as artes plásticas, a literatura e as ciências nos propõem. Nesta coletânea de ensaios, conferências e entrevistas, cada aspecto da vida e da cultura abordado traz o olhar inquisitivo do autor lapidado com boa prosa. Produto de uma mente inquieta para mentes curiosas, o volume transforma ideias complexas em escrita envolvente e acessível. Leitura obrigatória para qualquer pessoa fascinada pela interação entre pensamento humano, imaginação e descoberta.
QUARTA-CAPA
Leopold Nosek tem uma longa trajetória na psicanálise brasileira, que teve início ainda na ditadura, quando sofreu consequências em função de seu posicionamento político, e prosseguiu na democratização, atravessando as crises que se seguiram à ruína das ideologias tradicionais, tanto liberais como sociais, com as transformações econômicas e tecnológicas.
O Método Marlow: Estudos Indisciplinares em Psicanálise apresenta algumas das ideias e insights que marcaram o seu percurso e movem sua prática analítica. Não à toa, Nosek compara a situação analítica com a arte da instalação e da performance no que concerne à sua modernidade atualizada.
Esta coletânea de seus artigos sobre psicanálise, artes, a arte da psicanálise e a arte de viver, coloca, assim, em formato de livro, unidade de fragmentos, as inquietações férteis que demandam do leitor, mais do que engajamento, cumplicidade. Afinal, nada sobrevive ao isolamento
LEOPOLD NOSEK
Um dos maiores especialistas em Freud no país e analista didata da Sociedade Brasileira de Psicanalise de São Paulo (SBPSP), da qual é membro efetivo, Leopold Nosek foi editor da Revista Brasileira de Psicanálise. Prêmio Sigourney Award 2014, é também autor de A Disposição Para o Assombro ( Perspectiva, 2017), além de inúmeros artigos e capítulos de livros.
ESTUDOS
Coleção que conta atualmente com mais de trezentos títulos de filosofia, psicanálise, crítica, literatura, arquitetura, semiótica, entre outros que já se tornaram clássicos das ciências humanas, e que é voltada para abordagens que aprofundam e ampliam seus temas.
DA CAPA
Imagem da capa: a partir de detalhe da obra Planos em Superfície Modulada, 1968, de Lygia Clark.
ORELHA
A cada par de anos somos desafiados pela atualização do tema do mal-estar na cultura, por patologias contemporâneas, por desafios recentes da psicanálise etc. Estamos sempre trocando de conchas, como o bernardo-eremita, um caranguejo desprovido de uma casca protetora como outros de sua espécie e que, tendo essa parte do corpo mole e vulnerável, compensa seu desamparo apropriando-se de conchas abandonadas ou arrancando um molusco de seu lar: esse é o cotidiano radical do analista. Podemos supor que as sessões não se repitam, e, como disse, o que temos é um luzir permanente e sucessivo de agoras que vão se manifestar de acordo com trajetos determinados pelas memórias recalcadas. Um trajeto cuja primeira camada ecológica que habitamos é nosso inconsciente e nosso corpo, que sempre será um corpo tal qual o concebemos e não simplesmente um corpo biológico. A própria natureza é tal qual a concebemos, ou seja, nossa ecologia passa inevitavelmente pela cultura. Cultura, aqui, não se confunde com erudição, mas acompanha a ideia de como concebemos nosso viver e nele atuamos. Obviamente a primeira camada de nosso viver e de nossa ecologia é o inconsciente.
PÚBLICO-ALVO
Público amplo, não exige conhecimento prévio de psicologia, apenas de algumas referências culturais e artísticas, principalmente da literatura (Joseph Conrad, Jorge Luis Borges, entre outros) e artes plásticas brasileira (Leonílson e Artur Bispo do Rosário).
PALAVRAS-CHAVE
Psicanálise, psicologia, arte, sonho, cultura.
TRECHOS
Sem o trabalho onírico da vigília, apenas contando com o trabalho consciente, seríamos produtores de platitudes, o que nos leva a refletir sobre o que seria da conceitualização psicanalítica sem a função poética; aliás, de toda construção científica. A teoria das esferas cósmicas de Ptolomeu, que postulava que o Sol e as estrelas giram ao redor da Terra presos em esferas consecutivas, dava conta da navegação no Mediterrâneo e é carregada de poesia. A figuração helicoidal do DNA também não é? Os espaços, localizações, energias e dinâmicas postuladas por Freud não são maravilhosas tentativas metafóricas?
Quais ideologias nos movem? Como adquirimos a consciência da ideologia que, com tanta facilidade, encaramos como “natural”? Como educar os que educam? Na psicanálise tentamos, nem sempre com êxito, fazer com que o analista reconheça em si os dilemas ou loucuras que são atributos do paciente, mas não exclusivos dele. A análise é um trabalho, como sabemos, infinito, interrompido não porque termina, se conclui, mas em função de conjunturas e acasos, ou por atingir um território onde a fertilidade não viceja mais. As análises não findam, elas morrem. E as ideologias, bem como as análises, tampouco terminam: elas dão lugar a outros níveis de conflito, outras formas que serão objeto de novas contradições. Assim como uma análise franqueia um espaço para novas contradições, as ideologias dão origem a novas crenças, que correspondem a novas situações históricas.
Os elementos oníricos organizarão uma barreira de contato, criando um continente consciente e um continente inconsciente. Cria-se, simultaneamente, a barreira entre interior e exterior e a delimitação de gênero, masculino e feminino. A barreira onírica oferece a permeabilidade para um intercâmbio infinito entre as áreas parcialmente separadas e entre a individualidade e o mundo com identidade.
A criação desses elementos é tarefa tanto do artista como do psicanalista. A diferença é que o artista oferecerá suas vísceras e construções para a apropriação da humanidade.
O êxito da tarefa clínica e da metaforização teórica resulta no sonhar. O sonho contém estruturas antagônicas dialeticamente sintetizadas numa deformação que permite que o desejo e sua proibição se expressem e se satisfaçam, autorizando, por assim dizer, que a vida prossiga. A possibilidade do sonhar cria as condições do pensar, evidencia uma capacidade de apropriação da natureza interna. Um adiamento da satisfação propicia a criação de estruturas mentais que, ampliando o controle sobre a natureza humana, permitem novas qualidades de satisfação. As contradições reaparecem, mas agora num nível de maior simbolização, preparando o sujeito para uma abordagem mais ampla do mundo externo.
SUMARIO
Introdução
PARTE 1: REFLEXÕES
1 O Método Marlow
2 Um Resumo Provisório
3 Sonhos e Música
4 Epopeias
5 Comentários ao Trabalho “Hiperconectividade e Exaustão”, de Pedro Colli Badino de Souza Leite
6 Réquiem de uma Utopia
7 O Ninho do Pássaro Onírico
8 O Messianismo Hoje
PARTE 2: INTERFACES
9 Destruição da Cultura, Destruição de Significados e Representações
10 O Mundo de Dor, Forma, Beleza
11 A Revolta dos Idiotas
12 Tevez e Dionísio
13 A Bondade Como Ameaça
14 Culpa no Cinema
15 Freud, o Estrangeiro
16 Notas Sobre Leonilson e Arthur Bispo do Rosário
17 A Dieta das Oxítonas: Um Modelo Para Estudo das Agruras da Inteligência Emocional
18 A Metafísica do Estilo Apud Machado de Assis
19 Psicanálise É Cultura, Naturalmente
PARTE 3: TRAJETÓRIAS
20 O Labirinto
21 Algumas Reflexões Sobre a Experiência de Observação de Bebês
22 O Objeto e a Prática da Psicanálise
23 4’33”: Investigações em Psicanálise de Crianças
24 Como Lemos Freud – Um Estilo
25 Nascimento e Mito: Uma Reflexão Sobre a Temporalidade
26 A Apreensão Teórica da Realidade Psíquica: A Metapsicologia Freudiana
27 A Repetição: Caos ou Cosmos
28 Pensamento e Sexualidade
29 Sobre o Terrorismo, ou Melhor, Sobre o Terror: Revisitando Kurtz
30 Proposta de Discussão: O Lugar do Psicanalista
31 Apontamentos de Viagem
Referências
Agradecimentos
FICHA TÉCNICA
Leopold Nosek
Coleção Estudos
Psicanálise, arte, sociedade
brochura
13,5 x 22,5 cm
332 páginas
ISBN 978-65-5505-252-7
Lançamento 26 set. 2025
EBOOK
ISBN 978-65-5505-253-4
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