PÓS POEMAS
Augusto de Campos
Um dos maiores poetas do país, Augusto de Campos traz seu derradeiro livro de poemas visuais completando a tetralogia de “Despoesia”, “Não” e “Outro”
SINOPSE
Transitando entre a criação poética, a transcriação, a crítica social e a política, “Pós Poemas” nos faz mergulhar novamente no universo “verbivocovisual” do grande poeta brasileiro, um espaço de sensações e inspirações múltiplas que surpreendem pela força poética e visual, e pela imensa carga lírica, social e política. Augusto de Campos nunca fugiu de temas controversos ou da disputa na arena política. Ao contrário, faz-se presente e atuante com soluções sofisticadas e plasticamente impecáveis.
Assim como os demais livros da tetralogia, “Despoesia”, “Não” e “Outro”, o formato do livro é pensado como uma obra de arte em si mesma, colorido e impresso em papel couchê é visualmente conectado a poesia e história de Augusto de Campos.
Tantas décadas de produção e o poeta não envelhece nem na forma nem no conteúdo. Feliz da nação que tem um criador dessa envergadura produzindo em sua língua.
QUARTA-CAPA
Poema Contraluz [fluorpoema], de 2021
POE
SIA
CON
TRA
LUZ
SEM
VER
AUGUSTO DE CAMPOS, por ele mesmo:
Poeta, ensaísta e tradutor. Com Haroldo de Campos e Décio Pignatari, lançou em 1952 o livro-revista NOIGANDRES, origem do grupo literário que iniciou o movimento internacional da POESIA CONCRETA. Em 1953 produziu a série de poemas em cores, POETAMENOS, primeira manifestação da poesia concreta brasileira. Em 1956 participou da organização da 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna, em São Paulo, que reuniu pintores, escultores e poetas. Sua produção poética, iniciada em 1951 com o livro O REI MENOS O REINO, está coligida principalmente em VIVA VAIA (1949-79, DESPOESIA (1994) e NÃO (2003); e ainda em POEMÓBILES e CAIXA PRETA, coleções de poemas-objetos, em colaboração com Julio Plaza, primeiramente publicados em 1974 e 1975, respectivamente.
Tradutor de poetas modernos, como Pound, Cummings, Maiakóvski, Joyce, Gertrude Stein, dedicou–se ainda à recriação de textos dos grandes inventores do passado, dos trovadores provençais, como Arnaut Daniel, e dos clássicos, como Dante Alighieri e Guido Cavalcanti, aos “poetas metafísicos”, Donne e outros, e aos grandes simbolistas como Mallarmé, Rimbaud e Corbière, destacando–se nessa área as suas coletâneas de ensaios e traduções criativas publicadas por esta editora, VERSO REVERSO CONTROVERSO, RIMBAUD LIVRE, HOPKINS: A BELEZA DIFÍCIL, AUGUST STRAMM: POEMAS-ESTALACTITES e COISAS E ANJOS DE RILKE.
Outros livros editados pela Perspectiva reúnem suas incursões na poesia de língua russa: POEMAS DE MAIAKÓVSKI e POESIA RUSSA MODERNA (com Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman) e POESIA DA RECUSA, que inclui ainda outros autores significativos para a poesia de invenção, do barroco Quirinus Kuhlmann a Gertrude Stein e Dylan Thomas. Também editados pela Perspectiva, PANAROMA DO FINNEGANS WAKE, com Haroldo de Campos, reúne suas traduções da obra mais inovadora de James Joyce, e MALLARMÉ, na companhia de Haroldo de Campos e Décio Pignatari.
Como ensaísta, é coautor de TEORIA DA POESIA CONCRETA, com Haroldo e Décio, e autor de outros livros tratando de poesia de vanguarda e de invenção, como POESIA ANTIPOESIA ANTROPOFAGIA, O ANTICRÍTICO, LINGUAVIAGEM, À MARGEM DA MARGEM.
Com Haroldo e Décio lutou pela revalorização da obra de Oswald de Andrade. Repôs em circulação a obra dispersa do poeta simbolista Pedro Kilkerry, em RE-VISÃO DE KILKERRY, reavaliou Patrícia Galvão em PAGU: VIDA-OBRA e, junto com Haroldo de Campos, redescobriu a obra olvidada do poeta maranhense Sousândrade, e seu hoje célebre “Inferno de Wall Street”, em RE–VISÃO DE SOUSÂNDRADE, cuja mais nova edição tem a rubrica desta editora.
Pela Perspectiva saíram também os seus estudos sobre música: BALANÇO DA BOSSA (E OUTRAS BOSSAS), que, sob sua organização, reuniu estudos pioneiros sobre o Tropicalismo e a MPB e suas intervenções no campo da música contemporânea, com destaque para a obra de Charles Ives, Anton Webern e dos compositores brasileiros do grupo “Música Nova”; e MÚSICA DE INVENÇÃO, enfocando a música e a poesia de Cage e as obras radicais de Varèse, Antheil, Cowell, Nancarrow, Scelsi, Nono, Ustvólskaia, entre outros.
A partir de 1980, intensificou seus experimentos com as novas mídias, apresentando seus poemas em luminosos, videotextos, neon, hologramas e laser, animações computadorizadas e eventos multimídia. Sua cooperação com Cid Campos, iniciada em 1987, ficou registrada no CD POESIA É RISCO (1995), reeditado em 2011, e se desenvolveu no espetáculo de mesmo nome — uma performance “verbivocovisual” de poesia/música/imagem, apresentada em diversas cidades do Brasil e do exterior.
Uma seleção abrangente de suas obras, incluindo alguns de seus poemas animados, pode ser vista em seu “site” oficial: <www.uol.com.br/augustodecampos>
COLEÇÃO SIGNOS
Foi criada por Haroldo de Campos e dirigida por ele até 2003 e, atualmente, por Augusto de Campos. Nela, o projeto gráfico e o textual definem uma produção poética de vanguarda e trouxe para o público brasileiro, quase sempre pela primeira vez, obras de poetas disruptivos, e clássicos da cena grega.
DA CAPA
Imagem da capa: por Augusto de Campos, sobre foto de Lygia de Azeredo Campos, de 1963.
ORELHA [por Carlos Adriano]
pós poemas – plural emblema – supostamente fecharia (não sou eu quem diz) uma tetralogia, com despoesia (1994), não (2003) e outro (2015). não creio em fecho, mas em fechadura: buraco negro mallarmaico para o salto-falésia gideano. creio em quatro dimensões, relativas a inaugurar esferas da experiência. logos de gazua.
este livro compila trabalhos realizados de 2005 a 2024 e radicaliza a depuração rigorosa da condensação que demarca a poética de augusto de campos. o recurso da concisão é correlato ao transladar e decupar por estranhamento a palavra ou frase de senso comum, em intervenção meticulosa que gira sentidos insuspeitos a partir do elementar espanto do alumbramento.
poemas em estado de código, entre-outras-artes.
a palavra articulada como signo coagulado e complexo de implicações (fonte de letra; disposição na página). a con/figuração da economia minimal de meios maximiza a significação. o engenho de procedimentos opera pela dialéxica que encapsula antinomias permutacionais.
elaborados com perícia sensível e preciosa técnica,
os poemas são perpassados por fina angústia existencial.
o imponderável é tratado com precisão e augúrio
de ur-dor, ironia du...champs. poesia sem troco, e em miúdos. a exasperação da paixão humana e o desespero irreconciliável em forma concentrada e arrebatadora.
sob a musa da recusa, o livro vale por um manifesto – vela a arte poética, profissão de fé no difícil ofício (afazer de amador), a instaurar a missão não-messiânica de afasia na poesia, remissão ao repertório de rizomático paideuma. tradução é abdução. (a)ventura no (p)rumo do desconhecido. o testemunho do poeta agitprop que arguiu à hölderlin; a cronomicrometragem da vitalidade-cummings.
encerrar não é só concluir, mas recolher e compreender. pós poemas tem a audácia de quem desbrava, com a devida visão do vazio e da vida que vaza; deriva. poesia em condição de gueto, em situação de guerrilha. cinzas em crise, cinzel, crisol. após os pós, restam poemas. e que poemas.
CONTRIBUIÇÃO DA OBRA
1. A obra se soma à vasta produção de criação poética de Augusto de Campos.
2. Rigor e concisão em lâminas coloridas, iluminam a singularidade do autor.
3. A obra revitaliza a produção poética vinculada ao concretismo
POR QUE LER
1- A intensidade poética alia-se à potência gráfica nos poemas de Augusto de Campos, deleitando e provocando o leitor.
2- Impressiona a variedade de soluções visuais que se vinculam dramaticamente ao discurso poético do autor.
3- O livro traz duras críticas ao atual cenário político de ressurgimento de práticas fascistas e autoriárias
CURIOSIDADES
1- Augusto de Campos, aos 93 anos, declara que este será o seu último trabalho de criação poética reunido em livro.
2- “Pós Poesia” fecha a tetralogia composta por “Despoesia”, “Não” e “Outro”
3- A produção poético-visual de Augusto de Campos reúne enigmas, poemas-homenagem a grandes nomes da literatura e das artes plásticas, manifestos políticos e sociais, e as intraduções.
4- As intraduções são traduções verbivisuais de excertos de poemas de grandes autores.
SUMÁRIO
Pós-fácio
le sang du poète à la rue de l’odéon (2011)
poematemáticas 1 e 2 (2016)
ôo (2005)
frágil (2016)
esquecer (2017)
manter afastado (2018)
indisponivel (2018)
olhograma (2018)
øco lunar (2018)
poesia pre(ci)sa (2018)
pelegrama (2019)
outro só (2020)
sleeping whale (2020)
poeta gueto (2021)
cela (2021)
vertade (2021)
poesia é o que (2021)
melovia (2023)
excada (2023)
próxima parada (2024)
doublets
doublet 1: formoema (2022)
doublet 2: ouro (2022)
profiiogramas
emily: sou uma rosa (2017)
joyce: finnuto (2018)
duchamp: eu respiro (2019)
pessoa: outragora (2019)
ungaretti: ilumimenso (2022)
intraduções
três rubais de omar fitzgerald (2020)
tudomudo (iliazd) (2019)
esqiuivemos: duchamp (2020)
visão de vazio (gerasim luca) (2022)
emilygia (2024)
contrapoemas
omito (2019)
educaixão (2019)
já era (2022)
fora (2022)
imortais (2019)
new antiques
desesperanto (1967)
perde-ganha (1968)
de colidouescapo (1970): ex/isto
contracapa
contraluz [fluorpoema] (2021)
FICHA TÉCNICA
Augusto de Campos
Texto: Carlos Adriano
Signos [S.62]
Poesia
Impresso em Brochura (colorido)
23 x 23 cm
120 páginas
ISBN 978-65-5505-225-1
lombada 0,95 cm
peso 545 g
Lançamento 14 fev
EBOOK
ISBN 978-65-5505-226-8
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