REDENÇÃO E UTOPIA
O Judaísmo Libertário na Europa Central
(um estudo de afinidade eletiva)
Autor: Michael Löwy
Tradutor: Paulo Neves
Pensadores radicais e libertários, tendo em comum a herança do judaísmo, de um lado, e a inserção cultural temperada pelo romantismo da época, viveram o fracasso da democracia e a ascensão do nazifascismo, um processo que mergulhou a civilização num pesadelo inominável, liberando uma sanha repressora e genocida que julgava-se já impossível de acontecer. A potência criativa desses homens – Martin Buber, Franz Rosenzweig, Gershom Scholem, Leo Löwenthal, Franz Kafka, Walter Benjamin, Gustav Landauer, Ernst Bloch, György Lukács, Erich Fromm, Hans Kohn – redefiniu a concepção da história e engendrou uma nova percepção do tempo. Michael Löwy, ele mesmo um pensador radical e reconhecido internacionalmente, nos oferece esse caldeirão de ideias a partir da particularidade daqueles tempos, apontando para o presente e para os futuros que podemos ou não construir.
Trecho:
Em suas teses Sobre o Conceito de História, Benjamin exigia que se escrevesse a história do ponto de vista dos vencidos. Este ensaio é uma tentativa de aplicação desse método.
É justamente porque são vencidos, marginais na contracorrente de sua época, românticos obstinados e utópicos incuráveis, que sua obra se torna cada vez mais atual, cada vez mais carregada de sentido.
Quarta capa:
Martin Buber, Franz Rosenzweig, Gershom Scholem, Leo Löwenthal, Franz Kafka, Walter Benjamin, Gustav Landauer, Ernst Bloch, György Lukács, Erich Fromm, Hans Kohn… Os pensadores cujas “afinidades eletivas” este Redenção e Utopia busca delinear eram filhos da sociedade e cultura judaicas florescentes na Europa Central de língua alemã.
Eles presenciaram o fracasso da democracia e viram a tomada de poder pelo nazifascismo como o fim de um mundo. A civilização que os gerara traíra a si mesma e sucumbia ao assalto das forças da discriminação e da repressão mais truculenta.
Energizados pelos polos da redenção (oriunda da tradição judaica de que eram herdeiros) e da utopia (pela via do romantismo no qual estavam culturalmente inseridos), deram à luz tanto uma nova concepção da história quanto “uma nova percepção da temporalidade, em ruptura com o evolucionismo e a filosofia do progresso”.
É a partir desse ângulo que Michael Löwy reconstitui esse universo cultural peculiar e põe diante de nós mais uma vez esses profetas modernos e suas obras que, sobrepujando o tempo, nos alertam para os perigos à nossa frente.
Sobre o autor:
Michael Löwy nasceu em São Paulo em 1938, filho de imigrantes judeus de Viena. Foi membro da Liga Socialista Independente, nos anos 1950. Formou-se em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, em 1960 e fez o mestrado na Universidade de Paris VIII. Foi membro da Ligue Communiste. Em 1969, tornou-se assistente de Nicos Poulantzas na Universidade de Paris viii. Doutorou-se em 1974 e, em 1978, assumiu a cadeira de Sociologia do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique), do qual é hoje diretor emérito de pesquisa. É professor da Escola de Altos Estudos em Ciência Sociais de Paris. Em sua militância brasileira, esteve ligado a movimentos sociais como a Liga Camponesa, o MST (Movimento dos Sem-Terra) e à formação do Partido dos Trabalhadores e, mais recentemente, do PSOL. É autor de ensaios e artigos importantes sobre Walter Benjamin, Franz Kafka e, de modo geral, sobre as grandes figuras do judaísmo heterodoxo que floresceram no início do século XX entre tradição e revolução. Publicou, entre outros, Romantismo e Messianismo (Perspectiva/Edusp, 1990); Franz Kafka: Sonhador Insubmisso (Azougue, 2005) ; A Teoria da Revolução no Jovem Marx (Boitempo, 2012); Judeus Heterodoxos: Messianismo, Romantismo, Utopia (Perspectiva, 2012); Revolta e Melancolia: O Romantismo na Contracorrente da Modernidade (Boitempo, 2015); A Estrela da Manhã: Marxismo e Surrealismo (Boitempo, 2018).
Sumário
Prefácio à Segunda Edição Brasileira
Introdução: Os Vencidos da História
1. Sobre o Conceito de Afinidade Eletiva
2. Messianismo Judaico e Utopia Libertária: Das “Correspondências” à “Attractio Electiva”
3. Párias, Rebeldes e Românticos: Tentativa de Análise Sociológica da Intelectualidade Judaica da Europa Central
4. Os Judeus Religiosos Anarquizantes: Martin Buber, Franz Rosenzweig, Gershom Scholem, Leo Löwenthal
5. “Theologia Negativa” e “Utopia Negativa”: Franz Kafka
6. Distante de Todas as Correntes e no Cruzamento dos Caminhos: Walter Benjamin
7. Os Judeus Assimilados, Ateu-Religiosos, Libertários: Gustav Landauer, Ernst Bloch, György Lukács, Erich Fromm
8. Cruzamentos, Círculos e Figuras: Alguns Exemplos
9. Uma Exceção Francesa: Bernard Lazare
Conclusão: O “Messianismo Histórico”, Concepção Romântico-Messiânica da História
Notas
Sobre a capa:
Rembrandt van Rijn, Moisés Quebrando as Tábuas da Lei, óleo sobre tela, 1659. Gemäldegalerie, Berlim. Com as cores quentes ainda mais intensificadas, a capa busca enfatizar o caráter libertário e radical do gesto do profeta, refletindo em intensidade a influência o poder disruptivo do conteúdo trazido pelo autor no livro.
Ficha Técnica:
Autor: Michael Löwy
Tradutor: Paulo Neves
Coleção: Estudos
Assunto: Sociologia
Formato: Brochura
Dimensões: 13,5 x 22,5 cm
256 páginas
ISBN: 9786555050233
E-ISBN: 9786555050240
Preço E-Book: R$39,90
Lançamento 27/07/2020
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