STANISLÁVSKI E O TRABALHO DO ATOR SOBRE SI MESMO
MICHELE ALMEIDA ZALTRON
Prefácio: Nair D’Agostini
SINOPSE
Há certos nomes na história do conhecimento, cujas ideias e insights perduram por muitos anos; poucos, porém, atravessam os séculos. O genial diretor russo, Constantin Stanislávski está completando um século de brilho, legado e influência no campo das artes cênicas. O sistema, o método de análise, a visão cênica ampla e, sobretudo, a antevisão das possibilidades artísticas do espetáculo dramático fizeram dele figura onipresente nos estudos teatrais. Michele Almeida Zaltron, atriz, diretora e pesquisadora, soube reconhecer a importância vívida do mestre para nos oferecer, em Stanislávski e o Trabalho do Ator Sobre Si Mesmo, um ensaio que amplia ainda mais o entendimento contemporâneo dos estudos stanislavskianos a partir da interpretação de uma obra fundamental do diretor, ao mesmo tempo que proporciona novas aberturas para um fazer teatral renovado e renovador.
QUARTA-CAPA
Em STANISLÁVSKI E O TRABALHO DO ATOR SOBRE SI MESMO, a atriz, diretora, pedagoga e pesquisadora Michele Almeida Zaltron mergulha na obra e na metodologia criada por Stanislávski e traz ao leitor – e ao estudante das artes cênicas, em particular – sua atualidade e vivacidade.
Minuciosa no trato dos originais em russo, a autora analisa o processo de pesquisas do grande diretor sobre a arte do ator por meio das noções de perejivánie e de voploschénie, “vivência” e “encarnação”, sempre enfrentando esses conceitos em sua pertinência para os dias de hoje. Como resultado, Zaltron nos oferece caminhos para um fazer teatral renovado e vigoroso.
Rigor crítico e originalidade são qualidades que se complementam. Este livro que a editora Perspectiva e o Teatro Escola Macunaíma apresentam na coleção claps mostra que ainda há muito a dizer sobre a obra do mestre russo.
ORELHA
por Tatiana Motta Lima, professora do Depto. De Interpretação da UNIRIO
Conheci o trabalho de Zaltron ao participar das bancas de avaliação de seu mestrado. Posteriormente, tive a alegria de orientá-la no doutorado do qual este livro é fruto. Além disso, divido com ela a curadoria do Seminário Stanislávski, já com duas edições, e a participação no claps, Centro Latino-Americano de Pesquisa Stanislávski. O acompanhamento de seus estudos me permite afirmar que são muitas as qualidades da pesquisadora e, consequentemente, do livro que você tem em mãos. Zaltron faz dialogar, nesta obra, três áreas nas quais ela está implicada: a artística – é diretora e atriz; a pedagógica – ministra aulas em diferentes escolas e universidades; e a da pesquisa acadêmica. Essas áreas estão amalgamadas em seu texto. No entanto, se eu desejasse, didaticamente, separá-las, diria que a atriz e diretora apresenta os conceitos/práticas de Stanislávski para neles encontrar não um método fechado, mas perguntas potentes a serem postas em funcionamento em novas ações artísticas; que a pedagoga de atores e diretores busca um Stanislávski vivo, lido a partir do embate com as questões e interesses dos estudantes e do momento em que vivemos; e que a pesquisadora, trabalhando sobre a obra do artista em sua língua original, revisa conceitos, realizando uma leitura tão rigorosa quanto criativa daquilo que conhecemos como “vivência” e “encarnação” nos textos do diretor russo. Zaltron faz parte da segunda – ou seria terceira? – geração de pesquisadores brasileiros dedicados à obra de Stanislávski: eles apresentam um universo ainda inexplorado da obra do artista, ao mesmo tempo que propõem novas lentes para investigá-lo. A lente do “trabalho sobre si”, escolhida pela autora, permite que tenhamos acesso àquela arte – e principalmente àquela arte do ator – na qual a artesania é ferramenta para uma percepção mais ampliada da existência, onde as esferas da política, da ética e da subjetividade caminham juntas.
SOBRE A AUTORA
Professora e pesquisadora de artes cênicas. Formada em Direção e em Interpretação Teatral pela UFSM, possui mestrado em Ciência da Arte pela UFF e doutorado em Artes Cênicas pela UNIRIO, com estágio doutoral na Escola-estúdio do Teatro de Arte de Moscou, na Rússia. É idealizadora e organizadora, junto de Tatiana Motta Lima, do Seminário Stanislávski e membro do conselho artístico do CLAPS – Centro Latino-Americano de Pesquisa Stanislávski. Atualmente realiza pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UNIRIO.
TRECHO
“[É] fundamental para o entendimento da cultura teatral russa o entrelaçamento da tradição com a maneira pessoal do artista de lidar com o conhecimento adquirido. Os ensinamentos de Stanislávski são guiados por princípios éticos e artísticos muito definidos, que são passados de geração a geração, de mestres para discípulos. Esses princípios carregam um senso muito forte de coletividade, enquanto permitem (pode-se mesmo dizer, exigem) que os herdeiros busquem seus próprios caminhos e realizem sua travessia artística com liberdade e em harmonia com as suas particularidades.”
SOBRE A CAPA
As capas da coleção são inspiradas nas famosas telas construtivistas de Mondrian do começo do século XX, momento de grande agitação e criação cultural na Rússia revolucionária, período das grandes transformações do teatro naquele país.
SUMÁRIO
Prefácio – Nair D’Agostini
Introdução
1. O Sistema e a Natureza
O Trabalho Sobre Si Mesmo e a Natureza Orgânica e Criativa do Artista
O Difícil se Torna Habitual; o Habitual, Fácil; e o Fácil, Belo
Como Converter o Teatro-Feira Atual em um Teatro-Templo?
Algumas Considerações…
2. A Arte da Perejivánie
Desta Vez, Pessoas Entram na Sala; os Atores Não Estão Presentes
AArte da Perejivánie e a Verdade Artística
A Perejivánie Que Experimentamos na Vida e a Arte da Perejivánie
Para a Arte da Perejivánie, São Acessíveis Todas as Esferas
Não Se Pode Viver o Papel aos Saltos
Então a Nossa Arte É a Arte da Ação
A Arte da Perejivánie – Resultado em Processo
Algumas Considerações…
3. O Processo de Criação da Voploschénie
Tornar Visível a Vida Criativa Invisível do Artista
A Relação Intrínseca Entre Vida e Plasticidade no Sistema de Stanislávski
Não se Pode Executar a Nona Sinfonia de Beethoven Com Instrumentos Desafinados
Quando o Ator Encontra o Germe, É Possível Que Ele Seja a Medida Justa da Sua Ação
Algumas Considerações…
4. A Herança Viva de Stanislávski
“O Estúdio É o Lugar Onde o Ser Humano Deve Aprender a Observar o Seu Próprio Caráter
e as Suas Forças Internas”
O Caráter Laboratorial Atrelado à Noção de Estúdio
A Ideia de Comunidade/Coletivo Como Princípio de Base do Estúdio
A Educação do Ator e a Noção de Estúdio
O Planejamento Pedagógico Apontado Por Stanislávski nos Anos 1930
Não Esqueçam Que Vocês São Pessoas
Algumas Considerações…
5. A Escola-estúdio do TAM: Um Olhar Sobre a Prática
A Escola Desenvolve e Burila as Aptidões Inatas do Estudante
Os Elementos Orgânicos da Ação
Algumas Considerações…
Posfácio
Bibliografia
Agradecimentos
COLEÇÃO CLAPS
Centro Latino-Americano de Pesquisa Stanislávski
A iniciativa do Teatro Escola Macunaíma em parceria com a editora Perspectiva traz ao leitor brasileiro livros sobre a prática e o treinamento para estudantes e profissionais ligados às artes da encenação, tendo como pano de fundo a obra e a atuação fundamentais do grande mestre russo, Constantin Stanislávski, cujo método e cuja atuação como diretor pensador foi inaugural para o teatro moderno e contemporâneo. Os títulos são selecionados pela comissão editorial do Claps.
Ficha Técnica:
Autora: MICHELE ALMEIDA ZALTRON
Prefácio: Nair D’Agostini
Coleção: Claps
Assunto: Teatro: prática e pedagogia
Formato: Brochura
Dimensões: 14 x 21 cm
336 páginas
ISBN: 978-65-5505-052-3
E-ISBN: 978-65-5505-053-0
Preço E-book: R$ 54,90
Lançamento: 05/04/2021
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