O DESENCANTAMENTO DO MUNDO
Estruturas Econômicas e Estruturas Temporais
2ª edição, revista e aumentada
PIERRE BOURDIEU
Apresentação: Elisa Klüger
Tradução: Silvia Mazza e Marcio Honorio de Godoy
SINOPSE
Fruto das investigações iniciais na Argélia, no início de sua carreira. Com observação empírica e muitos dados estatísticos, Pierre Bourdieu (1930-2002) elabora uma visão muito crítica da economia e do desenvolvimento e mostra como, na busca pelo progresso econômico, o modo de vida tradicional dos povos se desagregava em conflito com as novas disposições capitalistas, destruindo o mito de um Homo economicus universal e racional muito defendido até hoje por economistas de várias vertentes. O livro emite, ainda, um alerta contundente dos estragos social, econômico e cultural causados pelas estruturas externas de dominação impostas violentamente aos modos de vida de vida das populações invadidas.
Esta nova edição da Perspectiva foi não apenas revista como ampliada. Além da apresentação de Elisa Klüger, pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), que contextualiza a obra e seu autor, traz outros dois textos de Bourdieu sobre os cabilas: “O Senso de Honra” e “A Casa Cabila ou o Mundo Invertido”.
QUARTA-CAPA
Empirismo, estatística, ou seja, ciência. Com esse fundamento, Pierre Bourdieu elabora uma visão crítica da economia e do desenvolvimento que inaugurou uma nova era nos estudos sociológicos e nada perdeu de sua atualidade. A sociabilidade e a solidariedade comunitárias; a divisão sexual do trabalho; a introdução das disposições necessárias ao cálculo econômico e à gestão monetária; a mudança na forma de morar e na relação da família com o espaço da casa; a noção de trabalho e a forma como se procura emprego: analisando-as, ele evidencia como na busca pelo desenvolvimento econômico o modo de vida tradicional se desagrega em conflito com as disposições capitalistas trazidas pela colonização europeia. eis O Desencantamento do Mundo e o fim do mito de um homo economicus universal e racional.
SOBRE O AUTOR
PIERRE BOURDIEU (1930-2002) Nasceu em Denguin, na França, em 1930. Graduou-se em Filosofia pela Faculdade de Letras, em Paris, em 1954. Prestou o serviço militar na Argélia, então colônia francesa, onde permaneceu por alguns anos e tornou-se professor assistente na Faculdade de Letras de Argel, iniciando pesquisas sobre a sociedade cabila. Nos anos de 1960, de volta a Paris, torna-se assistente de Raymond Aron e integra Centro de Sociologia Europeia. A partir daí, desenvolve trabalhos seminais no campo da Sociologia e da Antropologia, com uma visão bastante crítica acerca das estruturas de dominação e também da questão do saber acadêmico como um discurso da verdade.
TRECHOS
DA APRESENTAÇÃO
Elisa Klüger
O olhar em relação ao futuro é, com efeito, um elemento central do retrato que Pierre Bourdieu tece acerca do descompasso entre as disposições para agir previamente cultivadas pelos argelinos e as novas situações objetivas, decorrentes da introdução do capitalismo colonial e da dissolução dos modos de vida tradicionais. Ele etnografou coletividades centradas no labor da terra nas quais as condutas eram regidas de acordo com modelos herdados e códigos de honra partilhados. E relata que, nessas comunidades, “contar os ovos da ninhada ou medir os grãos reservados para semente seria presumir o futuro e, com isso, comprometê-lo, ‘fechá-lo’ ou ‘interrompê-lo’. O camponês honrado deveria submeter-se ao poder da natureza, aceitar seus encantos e mistérios, respeitar a temporalidade cíclica do trabalho da terra e participar dos rituais mágicos que a ela rendem homenagem. Disciplinar a terra, tratá-la como matéria bruta e tentar calcular e antever o seu rendimento, ao contrário, eram atitudes que expressavam avidez, precipitação e desrespeito aos desígnios da natureza.
DO LIVRO
Não se trata de um acaso a interrogação sobre as relações entre as estruturas e os habitus ter sido formulada a partir de uma situação histórica na qual ela se se inseria, por assim dizer, dentro da própria realidade sob a forma de uma discordância permanente entre as disposições econômicas dos agentes e o mundo econômico no qual estes deveriam agir. Nas situações de transição de uma economia pré-capitalista para uma economia capitalista, a abstração objetivista em que se encontram neomarginalistas e estrutural-marxistas, denuncia-se tão fortemente que seria preciso tornar-se cego para reduzir os agentes econômicos a simples reflexos das estruturas objetivas e para deixar de pôr a questão da gênese das disposições e das condições econômicas e sociais desta gênese.
SOBRE A CAPA
Imagem da capa: Mãe cabila e filhos. Argélia, século xix. Autor desconhecido
Roupas e postura denotam um modo de pensar e agir bem distante dos hábitos e costumes eurocentrados. A imagem denuncia a violência da colonização europeia na África – e por extensão, em todos os continentes –, fator de esgarçamento e destruição de sociedades tradicionais bem adaptadas aos seus modos de vida e às suas visões de mundo
SUMÁRIO
Apresentação – Elisa Klüger
Prefácio
Introdução
1. Reprodução Simples e Tempo Cíclico
2. Necessidades Contraditórias e Condutas Ambíguas
3. Esperanças Subjetivas e Probabilidades Objetivas
4. As Condições Econômicas da Transformação das Disposições Econômicas
Conclusão
Anexos
O Senso de Honra
A Casa Cabila ou o Mundo Invertido
COLEÇÃO ELOS
A coleção Elos nasceu para abrigar textos mais curtos que tenham relevância acadêmica, abrangendo qualquer campo do conhecimento.
Ficha Técnica:
Autor: PIERRE BOURDIEU
Apresentação: Elisa Klüger
Tradução: Silvia Mazza e Marcio Honorio de Godoy
Coleção: Elos – vol. 19
Assunto: Sociologia
Formato: Brochura
Dimensões: 11 x 18 cm
240 páginas
ISBN: 978-65-5505-054-7
E-ISBN: 978-65-5505-055-4
Preço E-book: R$ 39,90
Lançamento: 30/04/2021
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